
O Brasil acordou hoje diferente. Diferente mesmo. Não é todo dia que você vê um ex-presidente da República sendo condenado por tentar dar um golpe de Estado — e olha que nossa história política já viu de tudo um pouco.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, não deixou dúvidas. A decisão foi dura, seca, direta. Bolsonaro condenado. Multa de 400 mil reais, inelegibilidade, e aquele silêncio constrangedor que só quem perdeu mesmo conhece.
O núcleo do problema
O que realmente pesou na balança? A reunião ministerial de julho de 2022. Naquele encontro, Bolsonaro — então no poder — sugeriu abertamente que o Tribunal Superior Eleitoral não tinha credibilidade. Quase um convite ao caos institucional.
E não parou por aí. O ex-presidente insistiu, teimou, pressionou. Queria mudar as regras do jogo no meio do jogo. Algo assim: "se não vou ganhar, então vou bagunçar tudo".
As consequências imediatas
O placar do STF foi unânime. Onze a zero. Isso mesmo — zero votos contra. Até os ministros mais moderados entenderam a gravidade. Quando todos concordam em Brasília, é porque a coisa está feia.
Bolsonaro agora está inelegível. Esquece 2026, esquece qualquer eleição. E ainda leva uma multa que dói no bolso de qualquer um — 400 mil reais não é brincadeira.
O outro lado da moeda
Os bolsonaristas já começaram a gritar. "Perseguição política!", "Lawfare!", o velho discurso de sempre. Mas convenhamos: fica difícil defender o indefensável.
O problema é que essa condenação não afeta apenas Bolsonaro. Cria um precedente perigoso — ou saudável, dependendo de como você vê as coisas. Agora qualquer presidente que pensar em desafiar as instituições vai lembrar desse caso.
E o que vem por aí?
O Brasil respira aliviado? Nem tanto. A polarização não vai desaparecer magicamente. Se anything, pode piorar antes de melhorar.
Os mercados reagiram com cautela. Ninguém gosta de instabilidade, mas também ninguém gosta de golpista. Ficam nesse fio de navalha entre o alívio e a preocupação.
E os aliados? Ah, os aliados... Muitos já estão correndo para se distanciar. Na política, derrota é contagiosa — e ninguém quer pegar essa doença.
O fato é que o Brasil de hoje não é o mesmo de ontem. A justiça falou mais alto, as instituições sobreviveram, mas o preço que pagamos foi alto. Muito alto.
Resta saber se aprendemos a lição — ou se vamos repetir os mesmos erros daqui a alguns anos. Porque história, no Brasil, parece aquela novela que nunca acaba.