Eis que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), resolveu puxar o fio de uma meada que parece não ter fim. Na mira desta vez, está ninguém menos que Carlos Alberto de Oliveira, o famoso — ou infame — Tagliaferro. Sim, aquele mesmo que assessorou direto o gabinete do então presidente Jair Bolsonaro.
O que aconteceu? Moraes formalizou um pedido de extradição, e não foi pra qualquer um. Foi direto para as autoridades da… Itália! Tagliaferro está por lá, tentando escapar do calor brasileiro — e da Justiça, claro. A Polícia Federal já confirmou que ele desembarcou em solo italiano no último dia 17 de agosto. Conveniente, não?
Mas o que ele fez, afinal?
Pois é. A coisa é séria. O ex-assessor é acusado de integrar um suposto esquema de espionagem política ilegal dentro da Abin, a Agência Brasileira de Inteligência. A operação que investiga o caso até tem nome de filme de ação: Close the Watch. Soa como thriller, mas é pura realidade.
E não para por aí. Segundo as investigações, o grupo usava um software de vigilância de altíssima tecnologia — o famoso FirstMile — para rastrear autoridades sem qualquer tipo de autorização judicial. Juízes, procuradores, parlamentares… Ninguém escapava. Um verdadeiro Big Brother às avessas, e das perigosas.
Nesta quarta-feira (28), o ministro deu mais um passo. Encaminhou o pedido de extradição à Itália por meio da Interpol, o que mostra que a coisa está ficando realmente quente. A defesa de Tagliaferro, como era de se esperar, alega que ele está na Itália por motivos familiares. Mas você acredita?
E os desdobramentos?
A Polícia Federal já cumpriu um mandado de busca e apreensão no endereço do ex-assessor aqui no Brasil. A ideia era encontrar documentos, computadores, qualquer coisa que pudesse ajudar a entender a extensão dessa trama. Porque uma coisa é certa: espionagem ilegal não é brincadeira de criança.
O caso já rende discussões acaloradas nos corredores do poder. Até onde irão as investigações? Quem mais estava envolvido? Perguntas que ainda ecoam sem resposta completa.
Enquanto isso, Tagliaferro aproveita o clima ameno da Europa, mas com a espada da Justiça brasileira pendurada sobre sua cabeça. E Moraes, firme, segue costurando os detalhes de um processo que pode mudar muita coisa na forma como enxergamos o uso da inteligência de Estado.
Fato é: a história está longe de acabar. E o Brasil todo acompanha, de olhos bem abertos.
