A coisa ficou feia — e complicada — para a deputada federal Carla Zambelli. A justiça italiana, num daqueles veredictos que ecoam através do oceano, bateu o martelo e manteve a parlamentar atrás das grades. A medida cautelar, que já vinha tirando o seu sono, foi confirmada sem rodeios. E olha que a defesa dela deu o seu melhor, argumentou até não poder mais, mas não convenceu os magistrados.
O cerne dessa novela toda? Uma arma de fogo. Mais precisamente, a acusação de que Zambelli portava ilegalmente uma pistola .40 durante aquele episódio tenso e amplamente filmado com o professor universitário Paulo Freire Gomes, às vésperas do segundo turno das eleições de 2022. As imagens, que viralizaram na época, mostram a parlamentar — visivelmente alterada — perseguindo o homem na rua, armada. Foi um daqueles momentos que dividiu o país, gerou um burburinho nas redes sociais que não parava de crescer.
E não para por aí. A defesa dela tentou uma jogada, alegou que a prisão preventiva era desproporcional. Disse que a deputada não representava um risco de fugir ou atrapalhar as investigações. Os juízes italianos, no entanto, não compraram a ideia. Eles viram coisa séria no caso — risco à ordem pública e à investigação em curso. A decisão deles foi taxativa: a medida cautelar é necessária, sim, e ponto final.
O caso já tinha virado uma bola de neve no Brasil. A Polícia Federal já tinha dado o seu parecer, recomendando mesmo o indiciamento da deputada pelos crimes de ameaça e disparo de arma de fogo. Só que aí, com a decisão da justiça italiana, o problema escalou para um patamar internacional, muito mais complexo. A situação jurídica dela agora é um verdadeiro quebra-cabeça entre duas soberanias.
O que isso significa na prática? Bom, a vida política de Zambelli, que já não era um mar de rosas, agora enfrenta uma tempestade perfeita. A possibilidade de um longo processo de extradição paira no ar, um verdadeiro pesadelo para qualquer figura pública. Os aliados dela, é claro, já começaram a gritar sobre perseguição política, tentando virar o jogo no tribunal da opinião pública.
Enquanto isso, os críticos veem a decisão italiana como um sinal claro — um recado de que as mesmas regras valem para todo mundo, esteja você no topo ou na base. O caso mexe com uma ferida antiga no Brasil: a sensação de impunidade e a politização da justiça. O desfecho dessa trama, que mistura lawfare, populismo e o eterno debate sobre armas, é uma incógnita total. Uma coisa é certa: os holofotes não vão se desviar de Zambelli tão cedo. O circo, definitivamente, armou.
