
Eis que a terra treme em Bogotá — literalmente. Não por um sismo natural, mas por um terremoto jurídico que acabou de sacudir os alicerces do poder na Colômbia. A Corte Suprema de Justiça, em um daqueles volte-faces que deixam até os mais cynicos de queixo caído, simplesmente revogou a prisão domiciliar do ex-presidente Álvaro Uribe.
Imagine só: depois de anos sob custódia em sua residência, o político mais polarizador das últimas décadas no país está livre. Livre como o vento que varre os Andes. A decisão, tomada por unanimidade pelos magistrados, basicamente desmonta todo o castelo de cartas armado pelo processo de manipulação de testemunhas — a principal acusação que o mantinha preso em casa.
O que realmente aconteceu nos bastidores?
Parece que a coisa toda desmoronou por uma falha técnica — dessas que fazem os estudantes de direito suarem em suas provas. A defesa argumentou, e a Corte concordou, que Uribe já não era mais investigado pelo suposto suborno de testemunhas desde 2018. Ou seja, prenderam o homem por um crime que… bem, nem era mais objeto de investigação. Que coisa, não?
Os juízes foram categóricos: não havia justificativa legal que sustentasse aquela medida cautelar. "Falta de fundamento jurídico" foi a expressão técnica que usaram — mas na prática, soou como um "prenderam o cara à toa".
E agora, José?
O processo principal — aquele por suposto suborno — continua rolando. Mas Uribe, ao menos por enquanto, não está mais com a pulseirinha eletrônica. A defesa dele, é claro, comemorou como se tivesse ganho a Copa do Mundo. E os críticos? Bem, estão prevendo o fim dos tempos para a justiça colombiana.
O que me faz pensar: será que estamos vendo o capítulo final de um drama político que já dura mais de uma década? Ou é apenas o intervalo antes do próximo ato? A Colômbia, como sempre, nos surpreende. E como.
Uma coisa é certa — os ânimos não vão se acalmar tão cedo. De um lado, os uribistas gritando vitória; do outro, os que veem a decisão como mais uma prova de que a justiça trata os poderosos com luvas de pelica. O debate, como você pode imaginar, está mais quente que café colombiano recém-passado.