
O cenário político de Analândia, aquela cidade do interior paulista que muitos nem sabem onde fica no mapa, acabou de virar de cabeça para baixo. E olha que não foi pouco.
Numa decisão que ecoou pelos corredores do poder local, o Tribunal de Justiça simplesmente chutou o balde e cassou os mandatos da prefeita Ana Lúcia de Oliveira Lopes e do vice Amauri Ribeiro. A razão? Ah, a velha e conhecida história de abusar do poder — tanto o econômico quanto o político — durante as eleições municipais de 2020.
Parece que a tal "máquina pública" foi usada como se fosse propriedade particular. A justiça não gostou nem um pouco disso.
Votos comprados e promessas indevidas
O que realmente pesou na decisão foram as provas — e elas não foram poucas — de que a campanha da então candidata cruzou linhas que não deveriam ser cruzadas. Estamos falando daquelas práticas que todo mundo sabe que existem, mas raramente são punidas com tanta contundência.
Distribuição de vale-gás? Teve. Promessa de emprego público em troca de voto? Teve também. E não foram casos isolados, mas sim uma estratégia montada que a justiça considerou capaz de alterar completamente o resultado das urnas.
O pior — ou melhor, dependendo do ponto de vista — é que os votos obtidos dessa maneira foram anulados. E adivinhem? Sem esses votos, a vitória simplesmente evaporou.
Reação da defesa e próximos passos
Os advogados de Ana Lúcia, claro, não ficaram nada felizes. Alegam que as acusações são "infundadas" e que vão recorrer até as últimas consequências. Dizem que tudo não passa de uma perseguição política disfarçada de processo jurídico.
Mas o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) não deu moleza. A decisão foi unânime entre os desembargadores, o que mostra que as provas eram realmente consistentes. Não foi um daqueles casos em que um juiz é mais rigoroso e outro mais brando — todos enxergaram as mesmas irregularidades.
Enquanto isso, em Analândia, a população fica dividida. Uns comemoram nas redes sociais, outros defendem a gestora. O fato é que a cidade de pouco mais de 4 mil habitantes nunca esteve tanto nos holofotes.
Agora, o que vem pela frente? Bem, além dos recursos jurídicos — que podem se estender por um bom tempo — a cidade precisará de novas eleições. Até lá, quem assume é o presidente da Câmara Municipal, que terá a difícil missão de acalmar os ânimos e tocar a administração.
Uma coisa é certa: o caso de Analândia serve de alerta para outros municípios. A justiça eleitoral está de olho, e as velhas práticas podem sair caro. Muito caro.