
Parece que o Planalto subestimou – e muito – o clima no Senado. A eleição para a presidência da CPMI que vai investigar os rombos no INSS virou um verdadeiro cabo-de-guerra, e quem saiu com a corda toda foi a oposição. Uma goleada. Não foi por pouco, não: 40 votos contra 27. Uma diferença que dói.
O escolhido do governo, senador Otto Alencar (BA), levou um vareio. Quem assume o comando é justamente quem o Planalto não queria nem pintado de ouro: Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro de Bolsonaro e crítico ferrenho do governo Lula. A vice será a senadora Simone Tebet (MDB-MS), atual ministra do Planejamento – ironia ou estratégia? Quem sabe.
"Entrou de Salto Alto": A Admissão de Uma Derrota Estratética
O líder do governo, Jacques Wagner (PT-BA), não enrolou. Admitiu a derrota de cara. A frase foi suculenta: "O governo entrou de salto alto nessa eleição". No linguajar político, isso se traduz em puro excesso de confiança. Acharam que tinham os votos na manga, mas a manga rasgou.
Wagner ainda tentou dar um pouco de ânimo, dizendo que a indicação de Tebet para a vice-presidência amenizaria os ânimos. Mas soou mais como consolo de perdedor. A real é que o governo não conseguiu fechar acordos com partidos do centrão, que simplesmente pularam fora na hora H. Algo que, convenhamos, não é exatamente novidade nesse balé de Brasília.
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Com Marinho no comando, o tom das investigações promete ser… digamos, mais incisivo. O foco principal será desvendar o que há por trás das intermináveis filas e da crise generalizada no INSS. Marinho já deu a letra: quer ouvir ministros, ex-ministros e quem mais for necessário. E olha que a lista de convocados pode ser longa.
O governo, é claro, tentou. Articulou, fez reunião de emergência, mas no final… peixe. A derrota escancara a fragilidade da base governista no Congresso, um problema crônico que volta a assombrar o Planalto. E isso num momento em que a aprovação de projetos urgentes depende justamente dessas alianças.
O recado que ficou? A oposição saiu fortalecida e com o poder de pautar uma investigação que pode gerar dores de cabeça sérias para o Executivo. Os próximos meses no Senado prometem ser quentes. Muito quentes.