
O Palácio do Planalto não está medindo esforços — e nem estratégias — para evitar que o presidente Lula sofra desgastes políticos diretos na CPMI que vai investigar o INSS. E a jogada, claro, é bem mais complexa do que parece à primeira vista.
O que está em jogo? Tudo. A imagem do presidente, a estabilidade do governo e, é claro, aquela velha máxima política: manter o chefe longe de qualquer fogo cruzado.
Os nomes que entram em cena
Dois nomes ganharam destaque nos corredores do poder: Carlos Lupi e Marcio Macedo. Lupi, atual ministro da Previdência, é visto como um potencial “escudo” natural — já que o tema da comissão está sob sua pasta. Já Macedo, ministro da Secretaria-Geral, tem trânsito sólido no Congresso e know-how para negociar sob pressão.
Mas não é só isso. Há um movimento silencioso para evitar que Lula seja chamado a depor ou mesmo que seu nome seja puxado para o centro do debate. A ideia é criar camadas de proteção. E quem está na linha de frente são justamente os ministros.
Por que essa preocupação toda?
Ah, a resposta é simples e óbvia: ninguém quer replay dos desgastes das CPIs do passado. Lembra da JBS? Da Lava Jato? Pois é. O governo lembra — e muito.
Além disso, 2024 é ano eleitoral. E desgaste presidencial em CPI é combustível certo para oposição, manchete de jornal e crise política que não acaba mais. Melhor prevenir do que remediar, ainda mais em Brasília.
O jogo político por trás da indicação
Não é só sobre escolher um nome. É sobre escolher um nome que não queime, que não pior as coisas, que não dê munição. Alguém que saiba falar sob pressão, que não se perca nas perguntas capciosas e que, acima de tudo, não jogue a culpa no presidente.
Lupi, por exemplo, já foi alvo de polêmicas no passado. Será que ele aguentaria o tranco? Macedo, por outro lado, é mais técnico — mas será que tem estatura para segurar a barra sozinho?
Perguntas que o Planalto já está a responder nos bastidores. Com uma vantagem: a oposição ainda não definiu totalmente seus rumos. E tempo, em política, é tudo.
E o Congresso? Como fica?
O Legislativo não é palco passivo. Muitos deputados e senadores querem aparecer, ganhar holofotes, mostrar serviço. E uma CPI… ah, uma CPI é palco ideal para isso.
O governo sabe. E por isso mesmo quer controlar a narrativa desde o início — evitando surpresas, vazamentos e perguntas incômodas. Quem comandará a comissão? Quem serão os relatores? Tudo isso importa. E muito.
Uma coisa é certa: a partir do momento em que a CPMI for instalada, o jogo muda de figura. E o Planalto quer estar pronto.
O resto? O resto a gente acompanha nos próximos capítulos. Como sempre.