
O clima estava pesado naquela terça-feira no Congresso. Vinicius Carvalho, o ministro da Controladoria-Geral da União, sentou-se na cadeira desconfortável da sala das investigações para encarar os parlamentares da CPMI do INSS. E não saiu ileso.
Os deputados e senadores queriam respostas — e elas não vieram com a velocidade que esperavam. Por que diabos as apurações sobre possíveis irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social andam nesse ritmo de lesma? A pergunta ecoou pela sala, sem uma resposta convincente.
O jogo de empurra-empurra burocrático
Carvalho tentou se defender com números. Disse que a CGU já analisou um montante considerável de processos — mais de 600, para ser exato. Mas os parlamentares não engoliram a história. Eles queriam saber por que, mesmo com tantas denúncias graves, as punições práticas são tão raras quanto água no deserto.
O ministro explicou — ou tentou — que a máquina pública tem seus ritmos. Que existem trâmites, formalidades, uma papelada que parece não ter fim. Mas convenhamos: isso todo mundo já sabe. O que os investigadores queriam era entender por que, mesmo com tantas evidências, as coisas não andam.
As contradições que incomodam
Aqui vem a parte que mais irritou os membros da comissão: a CGU reconhece que há problemas sérios, mas age como se estivesse com as mãos amarradas. É como ver um incêndio e ficar esperando a autorização para pegar o extintor.
Um dos momentos mais tensos foi quando o ministro admitiu que, sim, existem falhas no sistema. Mas em vez de anunciar medidas enérgicas, falou em "aprofundar as análises". Para quem está esperando soluções, soou como mais do mesmo.
O que realmente está em jogo
No centro dessa discussão toda está algo fundamental: a credibilidade do INSS. Milhões de brasileiros dependem dos benefícios previdenciários para sobreviver. Quando o sistema é visto como lento e ineficiente, são vidas reais que ficam no limbo.
Os parlamentares deixaram claro que não vão aceitar respostas evasivas. Querem ações concretas, prazos definidos e, principalmente, resultados. A paciência — assim como a confiança da população — está se esgotando.
O que vem por aí? Mais pressão, certamente. A CPMI promete convocar mais autoridades até descobrir onde está o gargalo que trava as investigações. E pelo andar da carruagem, não vai ser bonito.