
Não é de hoje que a política brasileira reserva surpresas — e a mais recente envolve o Centrão e uma proposta que, em tese, poderia beneficiar um de seus aliados mais emblemáticos: Jair Bolsonaro. Mas, pasmem, a base aliada não está comprando a ideia de uma anistia ampla e irrestrita. Por quê?
Parece contraditório, né? Afinal, Bolsonaro e o Centrão sempre estiveram de mãos dadas. Mas política, meus amigos, é como jogo de xadrez em dia de ventania: as peças se movem sozinhas.
O jogo de interesses por trás da cortina
O que está rolando nos corredores do Congresso é puro cálculo. O Centrão — aquele bloco pragmático que ninguém define mas todo mundo teme — não está disposto a queimar seu capital político por uma causa que já perdeu brilho. Bolsonaro? Útil no passado. Hoje, talvez nem tanto.
E olha, não é por falta de tentativa. Há quem esteja pressionando, é claro. Mas a resistência é forte. Arthur Lira, presidente da Câmara, sabe que aprovar uma anistia agora seria como assinar um atestado de impunidade — e ninguém quer carimbar essa imagem.
Risco eleitoral: ninguém quer navegar em águas turvas
2024 é ano de eleição municipal. E todo mundo sabe que eleitor tem memória. Associar-se a um tema espinhoso como anistia a processos políticos pode ser tóxico. Muito tóxico.
Os partidos do Centrão — PP, Republicans, União Brasil — preferem manter a distância. Não é por falta de lealdade. É por excesso de pragmatismo.
E o Planalto? Como fica o governo Lula nessa história?
Aqui é onde a coisa fica ainda mais interessante. O governo, sabiamente, não quer nem ouvir falar no assunto. Para o Palácio do Planalto, anistia a Bolsonaro soa como afrouxar a rédea — e isso, num cenário de polarização extrema, seria um tiro no pé.
Além do mais, há uma certa… como dizer… satisfação discreta em ver o Centrão resistindo a algo que vem do campo bolsonarista. Quem diria, hein?
Não é pessoal. É negócio.
No fim das contas, a rejeição do Centrão à anistia ampla não é sobre ideologia. É sobre sobrevivência. É sobre poder. É sobre não queimar pontes com um governo que está com a caneta na mão — e o orçamento também.
Bolsonaro pode ter sido útil ontem. Mas hoje, o jogo é outro. E o Centrão, ah, o Centrão… esse sempre sabe de que lado a torrada cai com manteiga.
Fica a lição: em política, não há aliados eternos — só interesses permanentes.