
O plenário da Câmara Municipal de Ribeirão Preto viveu momentos de tensão nesta terça-feira, com direito a discursos inflamados e uma decisão que promete agitar ainda mais as águas da política local. Os vereadores, em votação que dividiu a casa, aprovaram a abertura de uma comissão processante para analisar a possível cassação do mandato do colega conhecido como Bigodini.
Parece que a paciência dos parlamentares finalmente se esgotou — ou será que estamos diante de mais um capítulo daqueles jogos de poder tão comuns no legislativo municipal? A verdade é que o clima estava pesado, carregado daquela eletricidade típica de votações polêmicas.
Os números não mentem
A decisão não foi unânime, longe disso. Dos 21 vereadores presentes, 13 votaram a favor da criação da comissão — um número significativo, sem dúvida, mas que mostra que a oposição ao processo existe e não é pequena. Sete parlamentares votaram contra, enquanto um preferiu se abster, talvez tentando navegar em águas menos turbulentas.
E olha, não foi uma decisão tomada às pressas. A sessão começou por volta das 17h, mas só por volta das 19h30 é que veio o veredito final. Quase duas horas e meia de debates, argumentos e — quem sabe — alguns acertos de conta disfarçados de discursos protocolares.
O que levou a isso?
O processo tem como base um parecer do próprio presidente da Casa, Leandro Paloma, que apontou supostas irregularidades cometidas pelo vereador. Detalhe curioso: Paloma, que normalmente conduz as sessões, decidiu se afastar da presidência justamente durante a discussão desse tema específico. Coincidência ou estratégia?
Quem assumiu o comando no lugar dele foi o vice-presidente, Marcos Papa, que teve a ingrata tarefa de conduzir um debate que, digamos, não era examente amistoso.
E agora, o que esperar?
A comissão processante — que soa quase como um tribunal interno — terá 30 dias para concluir seus trabalhos. Trinta dias que prometem ser quentes na política ribeirão-pretana. O relator designado, vereador Maurício Gaspar, terá a responsabilidade de analisar todas as alegações e provas antes de emitir seu parecer.
Enquanto isso, Bigodini permanece exercendo seu mandato normalmente, pelo menos até que a comissão conclua seu trabalho. Resta saber se essa história vai esfriar ou se vamos ver novos desdobramentos nos próximos dias.
Uma coisa é certa: a população de Ribeirão Preto ganhou mais um assunto para discutir nos botecos e redes sociais. A política local, que muitas vezes passa despercebida, mostrou mais uma vez que pode ser tão dramática quanto qualquer novela das nove.