
Que bagunça, hein? O PSDB parece aquele time de futebol que todo mundo dizia ser campeão, mas agora mal consegue escapar do rebaixamento. A situação é tão complicada que fazer uma previsão para 2026 é como tentar adivinhar o tempo em plena estação chuvosa.
O partido carrega nas costas uns fantasmas bem assustadores — e não estou falando de histórias de terror, mas dos traumas eleitorais de 2022 que ainda assombram os corredores tucanos. A derrota presidencial foi apenas a cereja do bolo de uma série de frustrações que deixaram o partido praticamente irreconhecível.
As feridas abertas que não fecham
Parece que foi ontem, mas as cicatrizes de 2022 ainda doem — e como doem! A campanha presidencial desastrosa, as derrotas estaduais inesperadas, aquela sensação de que o barco estava afundando e cada um tentava salvar seu próprio colete... Foi um verdadeiro naufrágio político.
E o pior? Essas memórias dolorosas criaram um clima de desconfiança mútua que hoje trava qualquer tentativa de reorganização. É como se ninguém mais confiasse em ninguém — e quem vai construir algo sólido sobre esse terreno minado?
O xadrez do poder interno
Enquanto isso, a briga pela alma do partido continua mais acirrada do que nunca. De um lado, Tarcísio de Freitas — o governador de São Paulo que muitos veem como a grande esperança tucana. Do outro, Eduardo Leite — o gaúcho que tenta manter viva a chama do que restou do projeto nacional.
O problema é que essas duas visões parecem estar em planetas diferentes. Tarcísio puxa para um lado, Leite para outro, e o partido no meio... bem, o partido parece um adolescente indeciso sobre que carreira seguir.
E não me venham com essa história de que é só uma questão de tempo — o relógio está correndo, e 2026 está logo ali na esquina.
O dilema existencial tucano
O que me deixa realmente pensativo é: o PSDB ainda sabe quem é? Porque há momentos em que parece que o partido sofre de uma espécie de amnésia política — não consegue decidir se quer ser o velho PSDB tecnocrata e moderado ou se precisa se transformar em algo completamente novo.
Essa indecisão tem um preço, e ele não é baixo. Enquanto hesitam, outros ocupam espaços, conquistam eleitores e definem a narrativa política. É como assistir a um time perdendo o jogo porque não consegue sair do vestiário.
As consequências práticas do impasse
E olha, não é só conversa de bastidor não — essa paralisia tem reflexos bem concretos:
- Falta de projeto nacional: Sem unidade, fica impossível construir uma proposta coerente para o país
- Disputas por espaço: Cada líder puxa a brasa para sua sardinha, criando mais fragmentação
- Fuga de talentos: Muitos nomes promissores começam a olhar para outros cantos — quem quer ficar num barco à deriva?
- Dificuldade de captar recursos: Investidores políticos fogem de incertezas como o diabo foge da cruz
É um círculo vicioso perigoso — quanto mais divididos, mais fracos ficam; quanto mais fracos, mais difíceis se tornam os acordos.
Há luz no fim do túnel?
Bom, se dependesse apenas do otimismo de alguns dirigentes, tudo estaria resolvido. A realidade, porém, é mais teimosa. As conversas de unificação esbarram em desconfianças profundas, mágoas antigas e — vamos combinar — um certo orgulho ferido que ninguém quer admitir.
O que me preocupa é o timing. 2026 não é lá tão distante assim no calendário político. Para construir uma alternativa viável, seria preciso começar ontem — e o PSDB ainda nem decidiu que roupa vai vestir para a festa.
Enquanto isso, a vida política segue seu curso, os eleitores formam opiniões e outros atores ocupam o palaque. O risco real é que, quando finalmente se organizarem, pode ser tarde demais.
No fim das contas, a pergunta que fica é: os tucanos conseguirão superar seus próprios fantasmas antes que se tornem assombrações permanentes? Só o tempo — e muito trabalho interno — dirá.