Neguinho da Beija-Flor entra na corrida ao Senado pelo Rio com apoio do Quaquá
Neguinho da Beija-Flor candidato ao Senado pelo RJ

Eis que o cenário político carioca ganha cores de samba-enredo! Neguinho da Beija-Flor, aquele mesmo que há décadas embala multidões no Sambódromo, decidiu trocar - pelo menos temporariamente - o microfone do carro de som pela tribuna do Senado Federal.

A jogada, diga-se de passagem, não veio do nada. Quem assina a carteirinha de candidato é ninguém menos que o deputado federal Quaquá, figura que entende tanto de articulação política quanto de bater na porta dos eleitores. O partido da vez? Patriota, que parece estar investindo firme numa mistura inusitada de ritmo e legislatura.

Do terreiro para o plenário

Parece até enredo de escola de samba, mas é a mais pura realidade: o mesmo cantor que emplacou sucessos como "Vale Tudo" e "É Hoje" agora quer fazer valer suas ideias em Brasília. E olha, não é a primeira vez que o mundo do samba e da política se encontram - mas dificilmente vimos um nome tão icônico quanto Neguinho se lançar numa disputa tão acirrada.

O anúncio rolou nesta quarta-feira, com direito àquela cerimônia que todo mundo já conhece: papel timbrado, discursos empolgados e aquela esperança no ar. Só que, convenhamos, a plateia era um pouco diferente dos foliões de costume.

Quaquá na batuta

O deputado Quaquá, que parece ter herdado do pai - o saudoso deputado Alcir - o talento para surpreender na política, não esconde o entusiasmo. "É uma honra", ele disse, com aquela convicção de quem acredita que tem nas mãos uma carta na manga e tanto.

Mas será que o povo do Rio vai comprar essa ideia? A pergunta fica no ar, enquanto os analistas políticos coçam o queixo tentando decifrar os possíveis impactos dessa candidatura. Uma coisa é certa: o eleitorado carioca nunca recusou um bom espetáculo - e essa campanha promete ser, no mínimo, cinematográfica.

O timing, aliás, é daqueles de fazer inveja a qualquer marqueteiro. Num momento em que a política tradicional sofre com desconfiança popular, eis que surge uma figura genuinamente popular, com reconhecimento que vai muito além dos muros do asfalto.

Os desafios pela frente

Não vai ser moleza, claro. O caminho até o Senado é mais árduo que a subida da Sapucaí em noite de desfile - e a concorrência não vai ficar só na arquibancada torcendo. Mas Neguinho da Beija-Flor conhece como poucos a arte da superação.

Resta saber se o carisma que conquistou gerações de sambistas será suficiente para convencer eleitores de que um rei de bateria pode virar senador. A resposta, como dizem por aí, a gente só descobre quando as urnas falarem.

Enquanto isso, o Rio se prepara para mais um capítulo dessa história que mistura samba, política e muito, muito carnaval. E o Brasil? Bem, o Brasil assiste - com aquele misto de curiosidade e ceticismo que só nossa política é capaz de provocar.