Morre Malba Lucena: Ex-deputada por Pernambuco deixa legado de 40 anos na política
Morre ex-deputada Malba Lucena aos 89 anos em Recife

O cenário político pernambucano perdeu uma de suas figuras mais emblemáticas. Malba Lucena, que dedicou impressionantes quarenta anos da vida à esfera pública, nos deixou nesta segunda-feira. Tinha 89 anos — uma longa trajetória que começou nos tempos da ARENA e atravessou décadas de transformações no país.

O Recife, cidade que ela tanto representou, agora se despede de uma mulher à frente de seu tempo. Imagina só: nos anos 70, quando a participação feminina na política era quase uma raridade, ela já ocupava espaço. Não era qualquer espaço, não — chegou à Assembleia Legislativa de Pernambuco e depois à Câmara dos Deputados, onde deixou sua marca.

Uma vida entre conquistas e desafios

Quem acompanhou de perto sua trajetória sabe que Malba não era do tipo que ficava só no discurso. Durante seus mandatos, ela abraçou causas importantes — especialmente na área da saúde pública. Defendeu com unhas e dentes a melhoria do SUS e lutou por políticas que realmente chegassem às pessoas mais necessitadas.

E olha que interessante: ela começou na ARENA, o partido de sustentação do regime militar, mas soube se reinventar quando a democracia voltou a respirar no Brasil. Não era qualquer um que conseguia essa transição, sabe? Isso mostra uma capacidade de adaptação que poucos políticos têm.

O legado que fica

Familiares e amigos próximos descrevem Malba como uma pessoa de personalidade forte — daquelas que não se calavam diante das injustiças. Mesmo depois que se afastou da vida pública, continuou acompanhando os rumos da política com olhar atento e, muitas vezes, crítico.

A morte chegou enquanto ela estava internada no Hospital Memorial São José, aqui no Recife. A causa? Uma pneumonia que não deu trégua. Difícil aceitar que uma mulher com tanta história partiu por causa de uma infecção respiratória — a vida prega essas peças, não é mesmo?

O velório aconteceu no cemitério Morada da Paz, em Paulista, e o sepultamento seguiu para o Cemitério Parque das Flores, também na Região Metropolitana do Recife. Foi uma despedida discreta, como ela provavelmente teria preferido.

O que fica é a memória de uma guerreira que abriu caminhos — mostrou que mulher tem lugar na política, sim, e que pode fazer diferença. Pernambuco perde parte de sua história viva. O Nordeste perde uma de suas vozes. E o Brasil fica um pouco mais pobre sem essa personagem que testemunhou — e participou — de tantos capítulos da nossa vida política.