
O clima em Brasília está pesado, pra dizer o mínimo. Arthur Lira, esse homem que praticamente comanda a Câmara dos Deputados, soltou uma daquelas frases que fazem todo mundo parar o que está fazendo. E olha, não foi nada bonito.
"Se os governadores não quiserem o fundo de equalização da reforma tributária, a gente tira" — disse ele, com aquela tranquilidade que só quem tem poder de verdade consegue ter. Parece simples, né? Mas aí é que mora o perigo.
O Que Realmente Está em Jogo?
Vamos com calma. Esse tal fundo de equalização não é qualquer coisinha. É a peça fundamental que tenta equilibrar as coisas entre estados ricos e pobres. Tirar isso da equação é basicamente jogar gasolina na fogueira da guerra fiscal que já existe há anos.
E pensar que tudo começou com uma reunião tensa entre Lira e os governadores. O papo foi direto, sem rodeios — do tipo que deixa todo mundo desconfortável. O presidente da Câmara basicamente deu um ultimato: ou aceitam o que está na mesa, ou ele simplesmente muda as regras do jogo.
Os Dois Lados da Moeda
De um lado, os governadores mais poderosos — como os de São Paulo, Rio e Minas — que não estão nem um pouco felizes com a possibilidade de ver parte de sua arrecadação escorrer para outros estados. Do outro, os estados do Norte e Nordeste, que dependem desse mecanismo para não afundar de vez.
E no meio disso tudo, Lira faz suas manobras. Ele sabe que tem nas mãos uma das reformas mais importantes das últimas décadas. E está usando isso como moeda de troca, numa clássica demonstração de como a política brasileira realmente funciona nos bastidores.
As Implicações que Ninguém Está Falando
O que mais me preocupa nisso tudo não é só o jogo de poder em si. É o que isso significa para o cidadão comum. Porque no final do dia, quem paga a conta somos nós — seja com impostos mais altos, seja com serviços piores.
Sem esse fundo de equalização, a distância entre os estados vai aumentar ainda mais. E aí não adianta falar em desenvolvimento nacional, porque alguns vão correr enquanto outros vão ter que se arrastar.
O pior? Essa discussão nem é nova. Já vem desde o governo Fernando Henrique, passando por Lula, Dilma, Temer e agora Bolsonaro. Uma verdadeira novela que não tem previsão de acabar — e que a cada capítulo fica mais complicada.
O Que Esperar dos Próximos Capítulos
Arthur Lira não é bobo. Ele sabe que tem até julho para fazer essa reforma andar, senão o assunto vai ficar para depois das eleições. E ninguém quer isso — ou pelo menos, é o que dizem.
Mas entre o dizer e o fazer existe um abismo. E nesse abismo moram os interesses, as vaidades e os jogos de poder que definem o Brasil.
Uma coisa é certa: o tempo está passando, e a paciência — dos dois lados — está se esgotando. Resta saber quem vai piscar primeiro nesse cabo de guerra que pode definir o futuro econômico do país pelos próximos anos.