Um silêncio pesado paira sobre São Carlos nesta manhã de sábado. A notícia correu rápido, de boca em boca, pelas ruas que ele mesmo ajudou a pavimentar: Airton Garcia se foi. Aos 75 anos, o ex-prefeito que comandou o município com mão firme entre 1997 e 2004 deixou um vazio que vai além da política.
O corpo está sendo velado no Cemitério Municipal da Saudade, na rua José Fávaro. O velório começou por volta das 10h, e o sepultamento está marcado para as 16h no mesmo local. Uma fila de carros já se forma nas proximidades - amigos, antigos aliados políticos, cidadãos comuns que se lembram de seu mandato.
Uma vida dedicada à cidade
Airton não era daqueles políticos que aparecem apenas em época de eleição. Quem conviveu com ele conta histórias de um homem presente, daqueles que parava o carro para conversar com qualquer morador. Seu estilo de administração era peculiar - misturava a rigidez de um gestor com a sensibilidade de quem conhecia cada ruela da cidade.
Entre 1997 e 2004, São Carlos viu crescer sob sua batuta. Obras de infraestrutura que ainda hoje são lembradas, embora - vamos combinar - nem todos tenham aprovado cada decisão. Mas assim é a política, não é mesmo? Uns amam, outros criticam, mas ninguém pode negar que ele deixou sua marca.
O legado que permanece
Quem circula por São Carlos hoje ainda encontra marcas de sua gestão. Praças revitalizadas, escolas reformadas, o calçamento que chegou a bairros antes esquecidos. Coisas simples, mas que fazem diferença no dia a dia da população.
E pensar que tudo começou muito antes do mandato como prefeito. Airton já havia sido vereador, vice-prefeito... a política corria em suas veias como o café na terra paulista. Uma trajetória que, convenhamos, não é para qualquer um - exige resiliência, paciência e, acima de tudo, amor pela terra.
O que fica, no fim das contas? Além das obras e dos documentos oficiais, ficam as lembranças. Do homem que parava na padaria para tomar um café, que lembrava o nome dos netos dos eleitores, que defendia suas ideias com unhas e dentes mas sabia ouvir quando necessário.
São Carlos perde hoje um pedaço de sua história. E, como diz o povo mais antigo, "as árvores mais antigas são as que dão mais sombra". Airton Garcia era, sem dúvida, uma dessas árvores.
