Imagine só: um território vasto, cheio de recursos naturais, sendo vendido por menos de 2 centavos por acre. Parece piada, mas foi exatamente o que aconteceu em 1867, quando os Estados Unidos compraram o Alasca da Rússia. Na época, muita gente achou que era um desperdício de dinheiro — hoje, sabemos que foi um negócio da China (ou melhor, da América).
O negócio que virou piada (até deixar de ser)
O secretário de Estado americano, William Seward, foi o grande responsável pela transação. Ele negociou com o embaixador russo, Eduard de Stoeckl, e fechou o acordo por US$ 7,2 milhões. Na época, a imprensa caçoou, chamando o Alasca de "Seward's Folly" (A Loucura de Seward) ou "Icebox" (Geladeira). Mal sabiam eles...
Quem diria que décadas depois, ouro, petróleo e gás natural transformariam essa "geladeira" em uma mina de ouro literal e figurativamente?
Por que a Rússia vendeu?
Pois é, a Rússia não estava exatamente "desapegando" por bondade. O império czarista enfrentava problemas financeiros depois da Guerra da Crimeia e via o Alasca como um território difícil de defender — especialmente com os britânicos no Canadá de olho. Melhor vender do que perder de graça, né?
- Preço baixo: US$ 7,2 milhões em 1867 equivalem a cerca de US$ 125 milhões hoje. Uma bagatela para 1,5 milhão de acres!
- Timing perfeito: A Rússia precisava de dinheiro, os EUA estavam em expansão.
- Ironia histórica: Se soubessem do petróleo e do ouro, será que teriam vendido?
E o povo que já vivia lá?
Aí é que tá. Ninguém perguntou aos nativos — os Inuit, Yupik e outras comunidades indígenas que já habitavam o Alasca há séculos. A transferência de soberania foi entre governos, como se a terra estivesse vazia. Só em 1971, mais de um século depois, é que os povos originários conseguiram algum reconhecimento legal sobre suas terras.
Não dá para falar desse negócio sem lembrar que, por trás dos números, havia (e ainda há) gente cujas vidas foram afetadas para sempre.
E hoje?
O Alasca é o maior estado dos EUA em área, um gigante cheio de paisagens deslumbrantes e recursos naturais valiosíssimos. Quem diria que a "loucura" de Seward se tornaria um dos melhores investimentos territoriais da história?
Ah, e a Rússia? Bom, dizem que alguns políticos russos ainda brincam que "deveriam ter pedido mais". Mas aí já é história...
