O que não aparece por aí nas redes sociais, não é mesmo? Dessa vez, a desinformação resolveu mirar alto — muito alto — e atingiu ninguém menos que a ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal.
Um vídeo que tá circulando feito rastro de pólvora nas redes — e que, convenhamos, parece convincente à primeira vista — traz uma suposta declaração da ministra defendendo anistia para pessoas condenadas pela trama golpista de 8 de janeiro. Só tem um pequeno — enorme — detalhe: é tudo mentira.
A farsa montada pixel por pixel
O material, que já foi analisado com lupa pelos especialistas do Fato ou Fake do G1, é uma daquelas montagens que dão arrepios. A voz até lembra a da ministra, o tom é sério, mas a tecnologia usada pra forjar essa fala não engana quem entende do assunto.
Parece aqueles filmes de ficção científica onde qualquer um pode ser dublado sem nunca ter aberto a boca. Só que aqui a brincadeira é perigosa — e tem consequências reais.
Como identificar a armadilha digital?
- A entonação soa artificial em certos trechos — como se faltasse alma na voz
- As pausas entre as palavras não seguem o padrão natural de fala da ministra
- O contexto da declaração não faz o menor sentido considerando as posições públicas de Carmen Lúcia
E olha que irônico: justamente uma ministra do STF, que tem se posicionado de forma tão firme sobre a importância da verdade e da legalidade, ser vítima de uma falsificação dessas.
Por que isso importa — e muito
Quando a gente para pra pensar, a situação é assustadora. Qualquer pessoa com acesso à tecnologia certa — e má intenção — pode colocar palavras na boca de autoridades. Pode manipular opinião pública. Pode criar crises onde não existem.
E o pior: tem gente que cai nesses contos sem nem pestanejar. Compartilha, espalha, e quando você vê, a mentira já virou "verdade" pra milhares de pessoas.
O STF já se pronunciou, claro. Deixou bem claro que a ministra nunca — repito, NEVER — defendeu qualquer tipo de anistia para condenados por atos golpistas. A posição dela sempre foi diametralmente oposta ao que o áudio falsificado tenta vender.
Fique esperto!
- Desconfie de conteúdos que parecem "muito convenientes" para certos discursos políticos
- Verifique a fonte — sempre! — antes de compartilhar
- Observe se outros veículos sérios estão noticiando a mesma informação
- Quando a esmola é demais, o santo desconfia — se algo parece bom (ou ruim) demais pra ser verdade, provavelmente não é
No fim das contas, essa história serve como um alerta. A tecnologia que deveria nos conectar e facilitar a vida está sendo usada como arma de desinformação. E cabe a cada um de nós fazer a sua parte no combate a essas fake news.
Como diria meu avô: "O pior cego é aquele que não quer ver". E no mundo digital de hoje, o pior cego é aquele que não quer verificar.
