
O que você faria se visse um vídeo chocante de um prédio desabando durante um terremoto? Provavelmente compartilharia, não é? Pois é exatamente isso que aconteceu nas últimas horas nas redes sociais. Um conteúdo dramático, que mostra um edifício de vários andares ruindo completamente, vem sendo espalhado como se fosse do recente e devastador terremoto no Afeganistão.
Mas aqui vai a verdade nua e crua: essa história não passa de uma grande lorota. O vídeo, que realmente impressiona qualquer um, é antigo — e digo, bem antigo. As imagens foram gravadas lá atrás, em 2020, e o local real do desastre foi o Marrocos, um país que fica a mais de 5.000 quilômetros de distância do Afeganistão.
Parece brincadeira, mas não é. A desinformação anda mais rápida que a verdade, e esse é um caso clássico. Enquanto o povo afegão sofre com as consequências reais do sismo, pessoas mal-intencionadas — ou simplesmente desinformadas — resolvem espalhar um vídeo que nada tem a ver com a tragédia atual.
Como identificar essa fake news?
O vídeo em questão mostra um prédio de apartamentos desmoronando de forma espetacular, com muita poeira e destroços. A qualidade não é das melhores, o que já deveria acender um alerta. Mas o que realmente entrega a farsa são os detalhes:
- Data real: setembro de 2020
- Local verdadeiro: cidade de Tânger, no Marrocos
- Contexto original: o colapso aconteceu durante obras no prédio, não em um terremoto
Incrível como as pessoas caem nesse tipo de armadilha, não? Um vídeo de cinco anos atrás, de um país diferente, sendo usado para explorar o sofrimento alheio. É de cair o queixo, literalmente.
Por que isso importa?
Além de ser simplesmente errado — moralmente falando — espalhar desinformação sobre tragédias, isso causa danos reais. Imagine os familiares das vítimas do terremoto no Afeganistão vendo essas imagens falsas circulando? Ou as pessoas que poderiam estar doando para ajudar as vítimas reais se distraindo com conteúdo enganoso?
É um desserviço completo. E pior: tira o foco do que realmente importa — a ajuda humanitária que o povo afegão tanto precisa neste momento terrível.
Minha opinião? As redes sociais viraram terra de ninguém quando o assunto é veracidade. Qualquer um com um celular na mão e más intenções pode criar uma fake news que viraliza em questão de horas. E nós, pobres mortais, ficamos aqui tentando separar o joio do trigo.
Como se proteger da desinformação?
Antes de compartilhar qualquer coisa dramática nas redes, faça esse checklist mental:
- De onde veio esse vídeo? Tem fonte confiável?
- A qualidade das imagens é boa ou parece suspeita?
- Alguém já verificou essa informação?
- Que tal dar uma rápida pesquisada no Google antes de repassar?
Parece óbvio, mas na correria do dia a dia a gente acaba clicando no "compartilhar" sem pensar duas vezes. E é exatamente aí que mora o perigo.
No fim das contas, esse caso específico nos ensina uma lição valiosa: nem tudo que reluz é ouro, e nem todo vídeo dramático mostra o que diz mostrar. A verdade, muitas vezes, está escondida nos detalhes — ou, nesse caso, na data e localização corretos das imagens.
Fica o alerta: na próxima vez que vir um conteúdo chocante circulando por aí, respire fundo e questione. Sua atitude pode evitar que mais uma fake news se espalhe como rastilho de pólvora pela internet.