
Eis que a Polícia Federal resolveu dar um basta na farra com o dinheiro público que financia a educação das nossas crianças. Nesta quarta-feira, acordou cedo um bocado de gente que achava que podia brincar de Robin Hood às avessas — roubando dos cofres que deveriam garantir o futuro do país.
A Operação Escola Limpa, não é brincadeira não, mira diretamente um esquema que teria desviado nada menos que R$ 50 milhões do FUNDEB, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica. Uma quantia que daria para construir escolas, comprar livros, pagar professores... mas que, pelo visto, foi parar em bolsos muito particulares.
Como o golpe funcionava?
Presta atenção que a coisa é elaborada — e revoltante. Segundo a PF, o modus operandi envolvia empresas que prestavam serviços fantasma para prefeituras. Cobravam, recebiam, mas a contrapartida... bem, essa ficava devendo.
- Notas fiscais frias, sem nenhum serviço real prestado;
- Servidores públicos coniventes, facilitando a liberação dos pagamentos;
- Dinheiro do contribuindo sumindo como num passe de mágica, só que de picareta.
O cerne da investigação, que começou ainda em 2022, aponta para crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e corrupção. E olha, a coisa não é de agora — a farra vem de longa data.
O alvo das buscas
Os mandados judiciais, autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), foram cumpridos em sete cidades do Pará: Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Bárbara do Pará, Santo Antônio do Tauá e Igarapé-Açu. Não foi pouco não.
A PF busca documentos, contratos, extratos bancários — qualquer coisa que possa mapear o caminho do dinheiro e identificar todos os envolvidos nessa rede que tratou a educação como balcão de negócios.
É de cortar o coração, sério. Enquanto escolas públicas padecem com falta de infraestrutura, material e valorização docente, um grupo escolheu enriquecer às custas do que há de mais sagrado: o direito de aprender.
Agora é torcer para que a operação não termine só na apreensão de papéis. Que os responsáveis sejam devidamente responsabilizados — e que o dinheiro, se ainda existir, volte para onde nunca deveria ter saído.