
Eis que São Paulo se vê mergulhada em mais um daqueles escândalos que fazem a gente coçar a cabeça e perguntar: até onde vai a criatividade humana para o que não deveria ser? Desta vez, o alvo são cinco fiscais da Secretaria da Fazenda do estado, que entraram na mira do Ministério Público Estadual por suposta participação em um desvio — segure bem a cadeira — de R$ 1,2 bilhão.
A operação, batizada de 'Placebo', não está para brincadeira. Na última segunda-feira, 25 de agosto, policiais civis realizaram buscas e apreensões em endereços ligados aos investigados. A coisa é séria, gente. E olha que estamos falando de um caso que já vinha sendo investigado desde 2022, mas que agora ganhou contornos ainda mais obscuros.
O cerco se fecha
Não é de hoje que a Ultrafarma está no radar das autoridades. A rede farmacêutica já era investigada por suspeitas de sonegação fiscal, mas a nova fase da operação revela que o buraco pode ser muito mais embaixo. A Promotoria suspeita que os fiscais — aqueles que deveriam zelar pela correta aplicação das leis tributárias — teriam facilitado a vida da empresa em detrimento dos cofres públicos.
Imagina só: os próprios guardiões do erário público supostamente ajudando a drenar recursos que deveriam financiar saúde, educação e infraestrutura. A ironia é tão grossa que dói.
Os números que assustam
Vamos aos detalhes que impressionam:
- Valor do suposto desvio: R$ 1,2 bilhão (sim, bilhão com 'B')
- 5 fiscais estaduais na mira das investigações
- Operação com 8 mandados de busca e apreensão
- Investigados por corrupção passiva e advocacia administrativa
E sabe o que é mais intrigante? A defesa de um dos fiscais alega que ele simplesmente não tinha poder de decisão sobre os processos fiscais. Será que estamos diante de bodes expiatórios ou de uma teia muito bem articulada?
O promotor Sérgio Augusto Lee, que coordena as investigações, foi direto ao ponto: a suspeita é de que os servidores públicos agiram com «vontade própria e discernimento» para beneficiar a empresa. E olha que ele não costuma falar à toa.
O que dizem as partes?
A Ultrafarma, através de sua assessoria, garante que nunca fraudou o fisco e que sempre cumpriu suas obrigações tributárias. Já a Secretaria da Fazenda limitou-se a informar que os servidores continuam em exercício — mas que, obviamente, acompanha as investigações.
Resta saber: até quando? Porque quando o assunto é 1,2 bilhão de reais, a paciência do contribuinte tende a ser curta. E a justiça, esperamos, mais rápida ainda.
Enquanto isso, São Paulo observa — mais uma vez — a maquiagem fina da moralidade pública sendo removida para revelar o que há por trás. E o que aparece nem sempre é bonito de se ver.