
Eis que o buraco aparece mais embaixo – e dessa vez no interior da Bahia. O Ministério Público estadual tá com a faca e o queijo na mão pra desvendar um esquema que, pasmem, dispensou licitações como se fossem figurinhas repetidas. Tudo isso enquanto o dinheiro público escorria por entre os dedos.
Segundo apurou nossa equipe (e olha que a fonte é quentinha), os contratos pulavam etapas básicas como quem pula carnaval fora de época. A justificativa? Emergência. Só que – adivinhem – as tais "urgências" se repetiam mais que refrão de axé.
Números que doem
Quando botaram na ponta do lápis:
- Valores superiores a R$ 5 milhões em contratos diretos
- Empresas "de fachada" com endereços que mais parecem cenário de novela
- Documentação com mais furos que queijo suíço
Não é à toa que o promotor responsável pelo caso já declarou, entre dentes: "Isso aqui cheira mal desde o começo". E olha que ele nem tava perto dos papéis quando soltou essa.
O modus operandi
Parece roteiro de filme ruim, mas é pura realidade:
- Identificava-se uma "necessidade urgente" (leia-se: inventava-se)
- Pulava-se a licitação com um laudo técnico mais frágil que castelo de areia
- Contratava-se sempre os mesmos fornecedores – que coincidência, não?
E o pior? Alguns serviços nem chegaram a ser executados. Mas o dinheiro, ah, esse sumiu feito pipa sem linha.
O MP já tem em mãos – e isso é sério – conversas de WhatsApp que seriam a peça que faltava no quebra-cabeça. Mensagens trocadas entre servidores e empresários mostram combinados que fariam um malandro de feira corar.
Enquanto isso, na prefeitura envolvida, o silêncio é ensurdecedor. Procurada, a administração municipal limitou-se a dizer que "colabora com as investigações". Bem conveniente, não?