A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União deflagraram nesta quinta-feira (13/11/2025) uma nova etapa da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema de fraudes envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social.
Alvos de alto escalão
Entre os investigados estão figuras de destaque no cenário político nacional. O ex-ministro do Trabalho e Previdência Social José Carlos Oliveira, que atualmente utiliza o nome Ahmed Mohamad Oliveira por motivos religiosos, é um dos principais alvos da operação.
Oliveira presidiu o INSS entre novembro de 2021 e março de 2022, quando assumiu o comando do Ministério da Previdência Social, onde permaneceu até o final do governo Bolsonaro.
Também foram alvos de mandados judiciais os parlamentares Euclydes Pettersen Neto, deputado federal pelo Republicanos de Minas Gerais, e Edson Cunha de Araújo, deputado estadual do PSB do Maranhão.
Esquema de cobranças ilegais
As investigações apontam para a cobrança ilegal de mensalidades associativas de milhões de aposentados e pensionistas. Segundo as autoridades, os investigados estariam envolvidos em um esquema que utilizava entidades associativas para aplicar golpes nos beneficiários do INSS.
O deputado Pettersen é citado nas investigações por supostamente ter vendido um avião a uma das entidades associativas investigadas. Já o deputado Araújo atua como vice-presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), uma das associações envolvidas no caso.
Prisões e mandados cumpridos
A operação desta quinta-feira resultou no cumprimento de 63 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão preventiva, além de outras medidas cautelares em 15 unidades da federação.
Entre os presos está o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto, que teve a prisão decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal André Mendonça.
A defesa de Stefanutto já se manifestou, classificando a prisão como "completamente ilegal" e afirmando que o cliente tem colaborado com as investigações desde o início.
Os mandados estão sendo cumpridos nos estados do Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e no Distrito Federal.
Os crimes investigados incluem inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa, estelionato previdenciário, corrupção ativa e passiva, além de atos de ocultação e dilapidação patrimonial.
A Agência Brasil tenta contato com as defesas do ex-ministro e dos deputados investigados para obter mais manifestações sobre o caso.