Israel em Tensão Máxima: Protestos Explodem por Acordo que Liberte Refens Antes de Ofensiva em Rafah
Israel: Protestos por Acordo por Refens Antes de Ofensiva em Rafah

O clima em Israel é de uma tensão quase palpável, daquelas que se sente no ar. Neste sábado, as ruas foram tomadas por uma onda humana de protestos, um verdadeiro grito coletivo que ecoa de Tel Aviv a Jerusalém. O que querem? Algo que parece simples, mas que se tornou uma negociação complexa e cheia de obstáculos: a libertação dos refens mantidos em Gaza. E querem isso agora, antes que o governo dê o pontapé inicial em uma ofensiva militar terrestre na cidade de Rafah.

Não é exagero dizer que a pressão sobre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu atingiu um nível crítico, um daqueles momentos que definem um mandato. Os manifestantes—milhares de famílias desesperadas, apoiadores e cidadãos comuns—fecharam estradas principais e se concentraram em frente à residência oficial do líder em Caesarea. A mensagem é clara e direta: "Traga-os para casa, agora!"

Uma Reunião de Gabinete Sob Pressão

Enquanto a população clamava nas ruas, o gabinete de guerra israelense se preparava para se reunir. O tema principal da pauta? Nada mais, nada menos do que dar o aval final para a temida operação em Rafah, o último reduto do Hamas no sul de Gaza e, tragicamente, também um abrigo para mais de um milhão de civis deslocados.

Os ânimos estão acirrados. De um lado, a fúria e a angústia de quem vê o tempo dos refens se esvaindo. Do outro, a pressão política e militar por uma ação decisiva. O governo dos EUA, um aliado histórico, já deixou claro sua posição: é categoricamente contra uma ofensiva em larga escala em Rafah sem um plano crível—e viável—para proteger os civis. Uma dança diplomática delicadíssima.

O Custo Humano de uma Guerra Sem Fim

Os números são de cortar o coração e falam mais do que qualquer discurso político. Mais de 34 mil palestinos mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza—que é administrado pelo Hamas. Do lado israelense, cerca de 1.200 mortos no ataque inicial de 7 de outubro, que deu início a todo este conflito, e 260 soldados mortos desde o início da operação terrestre. Uma carnificina.

E no meio de tudo isso, os refens. Mais de 250 foram levados naquele dia de horror em outubro. Cento e vinte e nove continuam em cativeiro, sendo que 34 já são considerados mortos. Trinta e seis outros já foram libertados em um acordo anterior. Cada número é uma família destruída, uma vida interrompida.

O que virá a seguir? Ninguém sabe ao certo. O que se vê é um país profundamente dividido entre o luto, a raiva, o desejo de vingança e um cansaço profundo de uma guerra que parece não ter fim à vista.