
Não é exagero dizer que a situação em Gaza atingiu um patamar de desespero que desafia a compreensão. Enquanto diplomatas discursam em salas refrigeradas, mães palestinas reviram lixos em busca de migalhas para alimentar filhos com olhos inchados de fome. A cena – que lembra os piores momentos da história moderna – virou rotina numa região onde até os funerais são realizados sem corpos, apenas com fotos dos desaparecidos sob os escombros.
O grito da Europa
Nesta segunda-feira (12), algo mudou. A União Europeia, junto com Reino Unido e França, decidiu falar a língua que a crise exige: a da urgência. Num raro alinhamento, as potências exigiram – não pediram, exigiram – o desbloqueio total das passagens para ajuda humanitária. "Não estamos falando de política, mas de sobrevivência básica", disparou um diplomata europeu sob condição de anonimato.
Os números assustam:
- 93% da população em risco extremo de fome
- Hospitais operando sem luz e com remédios vencidos
- Crianças bebendo água salobra por falta de alternativas
O jogo geopolítico
Entre linhas, a movimentação europeia esconde um recado claro: a paciência com os bloqueios está se esgotando mais rápido que os estoques de comida em Gaza. E aqui mora o detalhe que ninguém fala alto – a pressão ocorre justamente quando os EUA, tradicional aliado de Israel, enfrentam eleições complicadas. Coincidência? Difícil crer.
Enquanto isso, no terreno, voluntários relatam cenas que desafiam a sanidade: "Distribuímos pacotes de arroz como se fossem barras de ouro", conta Ahmed, trabalhador humanitário cujo nome real foi omitido por segurança. A ironia cruel? Muitos desses suprimentos estão parados a poucos quilômetros dali, em caminhões que não podem avançar.
O que vem por aí
Analistas apontam três cenários possíveis:
- Pressão surtir efeito: Abertura gradual de corredores nos próximos dias
- Resposta morna: Permissão simbólica que não resolve o caos
- Piora drástica: Colapso total dos sistemas básicos antes do inverno
Uma coisa é certa – o mundo está assistindo. E dessa vez, parece que alguns decidiram não apenas assistir, mas agir. Resta saber se não será tarde demais para milhares presos nesse pesadelo sem data para acabar.