
Parece que a Rússia decidiu testar até onde consegue levar o jogo da intimidação. Nesta madrugada de quinta-feira, os céus sobre a Ucrânia se encheram de morte e destruição — mísseis de cruzeiro, drones kamikaze, o pacote completo de horrores que já conhecemos tão bem.
Kiev acordou no escuro. E não estou falando de um simples apagão — era como se alguém tivesse desligado a cidade inteira da tomada. Sem luz, sem aquecimento, sem aquele zumbido constante da vida urbana. Só o silêncio pesado da guerra.
O que realmente aconteceu lá fora?
Os números são assustadores, pra ser sincero. Segundo as autoridades ucranianas, foram nada menos que 90 mísseis e 60 drones Shahed lançados contra alvos civis. Sim, você leu certo — civis. A infraestrutura energética levou a pior, é claro. Sempre leva.
As defesas aéreas ucranianas fizeram o que puderam — abateram 79 mísseis e boa parte dos drones — mas quando chove bala, sempre acaba molhando alguém. E desta vez, molhou bastante.
- Quase toda a região de Kiev ficou sem energia elétrica
- O fornecimento de gás natural simplesmente desapareceu em várias áreas
- Os sistemas de aquecimento pararam de funcionar — e estamos no inverno, lembra?
- Até o metrô, que serve de abrigo durante os ataques, teve que reduzir drasticamente sua operação
Não é exagero dizer que a capital ucraniana regrediu décadas em poucas horas. Uma escuridão que lembra os tempos mais sombrios da história europeia.
E o povo? Ah, o povo...
Enquanto os líderes trocam acusações, quem segura as pontas são pessoas comuns como a Olga, que me contou por telefone: "Parece que voltamos à Idade Média. Cozinhamos no fogão a lenha, iluminamos com velas. Mas o pior é o frio — as crianças não param de tremer".
Os hospitais funcionam com geradores, quando têm combustível. As empresas fecharam as portas. A vida, aquela vida normal que a gente nem valoriza, simplesmente parou.
E o mais irônico? Tudo isso acontece enquanto a cúpula da NATO discute — de novo — como ajudar a Ucrânia. Enquanto isso, os ucranianos congelam no escuro.
Um padrão que se repete
Quem acompanha este conflito desde o início já percebeu o método na loucura. Sempre que as coisas esfriam diplomaticamente, ou quando a Rússia sente que está perdendo terreno, lá vem outro ataque às usinas de energia.
É como se dissessem: "Se não podemos vencer no campo de batalha, vamos vencer pelo cansaço, pelo frio, pela escuridão". Uma estratégia medieval, pra ser franco.
O presidente Zelensky foi direto ao ponto, como sempre: "Eles querem nos deixar no escuro e no frio. Mas não sabem que a luz da nossa resistência não depende de eletricidade". Bonito discurso, mas discurso não aquece criança com frio.
O que vem por aí? Mais do mesmo, eu suspeito. Enquanto o mundo assiste — e hesita — os ucranianos continuam pagando o preço mais alto. Com a luz dos olhos, e agora, sem a luz elétrica também.