
O que começou como um desabafo nas redes sociais virou um terremoto político. Felca, um dos criadores de conteúdo mais influentes do Brasil, postou um vídeo que está fazendo o país todo discutir — e o Congresso Nacional mexer os pauzinhos.
"A gente tá normalizando o absurdo", disparou o influencer, com aquela mistura de indignação e sarcasmo que só ele sabe fazer. O tema? A exposição desmedida de crianças nas redes sociais por parte dos próprios pais.
O vídeo que virou pavio
Em menos de 48 horas, o conteúdo ultrapassou 5 milhões de visualizações. Não era só mais um rant qualquer — Felca trouxe exemplos concretos, casos reais (alguns arrepiantes) e questionou: "Até quando vamos tratar infância como conteúdo?"
O timing foi perfeito. Na mesma semana, um relatório do UNICEF alertava sobre os riscos psicológicos da superexposição digital na primeira infância. Coincidência? Nem tanto.
O Congresso entra em cena
Dois dias depois do vídeo bombar, algo inesperado: deputados de diferentes partidos anunciaram pressa em votar o PL 1234/2023, que regulamenta a presença de menores nas plataformas digitais. "Esse debate não pode mais esperar", admitiu uma parlamentar que antes empurrava o assunto com a barriga.
O projeto, que estava engavetado há meses, de repente ganhou prioridade na pauta. Será que a pressão das redes finalmente chegou aos corredores do poder?
Os dois lados da moeda
Enquanto isso, as reações se dividem:
- Pró-regulamentação: "Criança não é personagem de reality show", defende uma psicóloga infantil
- Cautelosos: "Não podemos criminalizar pais que só querem compartilhar momentos", rebate um especialista em direito digital
- Radicais: Alguns chegam a propor que plataformas deletem automaticamente vídeos com menores sem consentimento formal
No meio do fogo cruzado, uma pergunta que não quer calar: onde termina o direito dos pais e começa a proteção da criança?
O que vem por aí
Fontes da Câmara adiantam que uma comissão especial deve ser formada ainda este mês. O timing político é delicado — ano que vem tem eleição municipal, e nenhum parlamentar quer ser marcado como "anti-família".
Enquanto a lei não sai, o conselho é simples: "Pense três vezes antes de postar", sugere Felca. "Seu like vale menos que a privacidade do seu filho."