
Parece até coisa de filme, mas foi real: 35 dias de um impasse político que deixou o governo americano praticamente de joelhos. O shutdown de 2018-2019, sob o comando de Donald Trump, entrou para a história como o mais longo — e talvez um dos mais dolorosos — que os Estados Unidos já enfrentaram.
Quem viveu aqueles dias lembra do clima de incerteza que tomou conta de Washington. O que começou como mais uma discussão orçamentária se transformou numa verdadeira guerra de egos entre a Casa Branca e o Congresso. E no meio disso tudo, é claro, estava o muro.
O que deu errado?
Bom, a receita para o desastre era simples, mas explosiva. Trump queria — e muito — os tais 5,7 bilhões de dólares para construir o muro na fronteira com o México. Os democratas, que controlavam a Câmara, simplesmente se recusavam a abrir os cofres para isso.
O resultado? Um impasse que parecia não ter fim. E enquanto os políticos discutiam em salas refrigeradas, do lado de fora a vida real seguia seu curso — ou melhor, tentava seguir.
O custo humano
Aqui é que a coisa ficou feia de verdade. Cerca de 800 mil funcionários federais foram direto para o olho do furacão. Uns tiveram que trabalhar sem receber — imagina a situação — enquanto outros foram mandados para casa sem saber quando voltariam.
Os aeroportos viraram um caos. Seguranças aeroportuários, já sobrecarregados, começaram a faltar ao trabalho. Não dá pra culpar ninguém, né? Trabalhar sem saber quando o salário vai cair na conta é de lascar.
E não para por aí: parques nacionais ficaram abandonados, pesquisas científicas foram interrompidas, e programas de alimentação para crianças de baixa renda praticamente entraram em colapso. Uma bagunça generalizada, pra ser sincero.
O desfecho — finalmente
Depois de mais de um mês nesse vai e vem, o Congresso aprovou um acordo temporário em 25 de janeiro de 2019. Mas olha só a ironia: o texto não incluía nenhum centavo para o tal muro na fronteira que tinha causado toda essa confusão.
Trump acabou declarando emergência nacional para conseguir os fundos que queria — uma jogada polêmica que ainda rende discussões hoje em dia.
Lições aprendidas?
Olhando para trás, dá pra tirar algumas conclusões. Esses shutdowns são como uma faca de dois gumes: prejudicam todo mundo, mas especialmente quem depende dos serviços públicos. E mostram, de forma crua, como as brigas políticas em Washington podem afetar a vida de milhões de americanos comuns.
Será que aprendemos a lição? Bom, só o tempo vai dizer. Mas uma coisa é certa: aqueles 35 dias deixaram cicatrices que ainda doem em muita gente.