
Pela primeira vez desde que trocou as grades por algemas invisíveis, Jair Bolsonaro pisou fora de casa. Neste sábado (17), o ex-presidente deixou sua residência em Brasília — onde cumpre prisão domiciliar — para realizar uma bateria de exames médicos. Um respiro breve, mas que não passou despercebido.
Segundo fontes próximas ao seu círculo, a saída foi autorizada pela Justiça e acompanhada de perto por agentes federais. Nada de carreatas ou discursos inflamados: desta vez, o trajeto foi discreto, quase sigiloso. Um contraste gritante com o estilo que marcou sua trajetória política.
Os detalhes que chamam atenção
O que parecia rotina médica escondia nuances curiosas:
- O exame escolhido? Um check-up cardiovascular — ironia fina para quem sempre disse ter "coração de touro"
- O horário? Matinal, evitando o burburinho da capital federal
- A duração? Apenas o necessário, sem delongas ou desvios
Não houve pronunciamentos, nem selfies com apoiadores. Apenas o silêncio pesado de quem sabe que cada movimento está sendo contado. Afinal, estamos falando de um homem que já comandou o Palácio do Planalto e hoje precisa de aval judicial para ir ao médico.
E agora?
Especialistas em direito constitucional ouvidos pela reportagem divergem sobre o que isso significa. Alguns veem mera formalidade processual — "direito básico de qualquer cidadão", como frisou um deles. Outros detectam um possível afrouxamento gradual das restrições.
Enquanto isso, nas redes sociais, a polarização segue seu curso. De um lado, os que comemoram como vitória; de outro, os que questionam "privilégios". O certo? Que o episódio reacendeu debates que pareciam adormecidos.
Resta saber se foi um ponto fora da curva ou o primeiro de vários passos rumo a um novo capítulo nessa novela política que não cansa de surpreender. Brasília, como sempre, assiste atenta.