
Uma investigação do G1 revela uma situação alarmante no Distrito Federal: não existe uma política unificada para a instalação de câmeras de segurança nas salas de aula da rede pública de ensino. Além disso, o governo local não mantém dados oficiais sobre casos de violência ocorridos dentro das escolas.
Falta de diretrizes claras sobre vigilância
Enquanto o debate sobre segurança nas escolas ganha força nacionalmente, o DF opera sem um protocolo padrão sobre o uso de câmeras em ambientes de aprendizado. A decisão de instalar ou não esses equipamentos fica a cargo de cada administração regional, criando um cenário fragmentado e desigual entre as diferentes áreas do distrito.
Algumas regiões já implementaram sistemas de vigilância, enquanto outras sequer iniciaram discussões sobre o tema. Essa falta de padronização preocupa especialistas em educação e direitos da criança e do adolescente.
Ausência de dados sobre violência escolar
A situação se agrava com a total falta de estatísticas oficiais sobre violência no ambiente escolar. O governo do Distrito Federal não consolidou nenhum banco de dados que permita dimensionar o problema, identificar padrões ou desenvolver políticas públicas baseadas em evidências.
Essa carência de informações impede que gestores educacionais:
- Compreendam a real dimensão da violência nas escolas
- Identifiquem as unidades de ensino mais vulneráveis
- Desenvolvam estratégias preventivas eficazes
- Aloquem recursos de forma direcionada e inteligente
O que dizem as administrações regionais
O levantamento mostra que entre as 33 administrações regionais do DF que possuem escolas, apenas 13 responderam ao questionamento sobre câmeras em salas de aula. Desse grupo reduzido:
- Cinco confirmaram ter câmeras instaladas
- Quatro informaram que os equipamentos estão em processo de implementação
- Quatro afirmaram não possuir nenhum sistema do tipo
Essa falta de transparência e padronização preocupa pais, educadores e especialistas em segurança pública, que alertam para a necessidade de uma abordagem mais organizada e baseada em dados para proteger estudantes e profissionais da educação.
A ausência de uma política clara e de informações consolidadas coloca em risco a segurança de milhares de estudantes e profissionais da educação no Distrito Federal, evidenciando a urgência de um debate mais estruturado sobre o tema.