Endividamento no Brasil: 72 milhões com nome sujo e aumento de 9%
Brasil tem 72 milhões com nome sujo e dívidas

O cenário financeiro dos brasileiros preocupa especialistas e instituições. Dados recentes revelam que o número de consumidores inadimplentes no país registrou um aumento significativo, refletindo hábitos de consumo que precisam ser revistos com urgência.

Aumento alarmante da inadimplência

Segundo informações da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), o número de consumidores inadimplentes cresceu quase 9% em setembro deste ano na comparação com o mesmo mês de 2024. A situação atinge patamares preocupantes, com aproximadamente 72 milhões de brasileiros atualmente com o nome negativado nos órgãos de proteção ao crédito.

As causas psicológicas do consumo

A analista de marketing Bianca Maciel, moradora de Bauru, no interior de São Paulo, compartilha sua experiência com as compras por impulso. "Você está bem, você compra alguma coisa. Você está mal, você compra alguma coisa. Por aquela alegria momentânea que você tem, é a hora que você se dá um mimo", relata a profissional, que chegou a gastar o dobro de sua renda mensal com compras online.

O educador financeiro Emerson Melo dos Santos aponta que os principais problemas estão relacionados à questão psicológica e à falta de esclarecimento sobre o assunto. "A falta de educação financeira no Brasil leva as pessoas a se endividarem, e a grande consequência disso é o grande número que nós temos, inclusive, de inadimplentes", explica Emerson em entrevista à TV TEM.

A psicóloga Rhuane Frascarelli complementa a análise, destacando que o consumo está diretamente ligado ao prazer momentâneo. "As pessoas acabam consumindo naquele momento para ter esse prazer, muitas vezes não estão satisfeitas com a vida que estão tendo, e, aí, o dinheiro, o poder da compra, vem para camuflar esse vazio que muitas vezes elas estão sentindo", detalha a especialista.

Orientações para recuperar o controle financeiro

Para quem reconhece o consumo por impulso e deseja reorganizar a vida financeira, os especialistas oferecem recomendações práticas:

Em situações mais graves, onde o consumo se torna compulsivo, é fundamental buscar ajuda profissional para compreender as motivações emocionais por trás dos gastos excessivos.

É necessário estabelecer um controle rigoroso das finanças, economizando e, quando preciso, reduzindo despesas com lazer para criar uma reserva destinada ao pagamento de dívidas.

Quem já está com o nome sujo deve evitar buscar mais crédito, pois isso apenas amplia o endividamento existente.

O primeiro passo fundamental é conhecer exatamente quanto se ganha e, principalmente, quanto se gasta. "Você tem que anotar tudo, todas as despesas, ela tem que ir para uma planilha, para um caderno, fazer essa anotação para você fazer essa destinação correta do seu dinheiro", orienta o educador financeiro.

Os dados reforçam a importância de ações educativas e de conscientização sobre o uso consciente do dinheiro, especialmente em um momento onde o consumo por impulso tem levado milhões de brasileiros à inadimplência.