Pesquisadores do Acre superam custos de voo para participar de pré-COP30
Ifac supera custos de voo para pré-COP30 em Belém

Pesquisadores e estudantes do Instituto Federal do Acre (Ifac) encontraram uma solução criativa para participar das discussões sobre mudanças climáticas da COP30. Devido aos altos custos das passagens aéreas e à escassez de voos econômicos saindo de Rio Branco para Belém, eles participaram de um evento paralelo nos dias 20 a 22 de outubro, batizado de 'IFs do Norte na COP30'.

Desafios logísticos e solução encontrada

O professor e pesquisador Marcelo Ramon da Silva, do campus Sena Madureira, explicou que a 'pré-COP30' surgiu justamente para permitir que a região Norte tivesse representação nas discussões climáticas. "Quando nosso trabalho foi selecionado, achamos que seria na mesma data da COP30. Depois soubemos que era a pré-COP30, uns dias antes, porque seria muito caro levar professor e aluno nos dias da COP30", contou.

O evento foi organizado por institutos federais da região Norte e destacou o papel da educação e da pesquisa amazônica nas discussões sobre o clima. Mesmo sem poderem estar presentes na conferência oficial, os participantes do Acre garantiram visibilidade aos seus projetos científicos.

Projetos inovadores apresentados

Marcelo foi ao evento com o aluno Arquelio da Silva Coutinho para apresentar um curativo feito com bambu amazônico que é 100% biodegradável. Apesar das dificuldades econômicas, o pesquisador afirmou que a experiência valeu a pena. "Conseguimos apresentar nosso trabalho, tivemos contato com muita gente da área ambiental. Valeu o sacrifício de chegar até lá", completou.

Outro projeto apresentado foi o "Dicas IFAC na Amazônia: Educação, Ciência e Tecnologia a serviço da comunidade", liderado pelo professor Emerson Gaspar do campus Cruzeiro do Sul, acompanhado do aluno Ruan Pablo Amaral da Silva. O projeto divulga informações sobre meio ambiente, agricultura e saúde por meio de programas de rádio na região do Vale do Juruá.

Dificuldades de acesso e conquistas

Emerson Gaspar descreveu os desafios logísticos enfrentados pela delegação. De acordo com ele, os voos partiram de Cruzeiro do Sul, com conexões em Rio Branco e Brasília, antes de chegar ao destino final em Belém. "Para quem é do Norte, é difícil lidar com o isolamento e o tratamento desigual das companhias aéreas. O voo de onde moro só sai em dias específicos e as passagens não baixavam de R$ 4.900", revelou.

Apesar das dificuldades, o professor destacou que o aluno Ruan Pablo teve destaque nas apresentações e conquistou autonomia ao falar com o público. "Foi importante representar o Ifac. A experiência foi positiva e engrandecedora", completou Emerson.

Além do Ifac, participaram do evento integrantes de institutos federais do Pará (IFPA), Amazonas (IFAM), Amapá (IFAP), Rondônia (IFRO), Roraima (IFRR) e Tocantins (IFTO), que também apresentaram produções científicas ligadas às pautas e soluções climáticas.