Mãe e filha de Rio Claro vencem concurso e fotos vão para COP30
Fotos de mãe e filha de Rio Claro vão para COP30

Duas brasileiras levam mensagem ambiental para conferência mundial

Uma dupla de mãe e filha de Rio Claro, no interior de São Paulo, está prestes a representar o Brasil em um dos eventos ambientais mais importantes do mundo. Josy Anna Caetono Vasco Defina e sua filha Iane Cristina Vasco Defina tiveram duas fotografias selecionadas em primeiro e segundo lugar em um concurso nacional do Ministério da Cultura e agora terão suas obras expostas durante a COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.

Do mutirão de limpeza para o reconhecimento internacional

A trajetória das fotógrafas amadoras começou há cinco anos, quando decidiram transformar sua preocupação ambiental em ação concreta. Tudo começou no Dia Mundial da Limpeza, quando Josy resolveu calçar luvas, pegar sacos de lixo e sair pelas ruas de Rio Claro coletando resíduos descartados irregularmente.

"O processo de escolha foi difícil para nós duas. Fizemos as inscrições e surpreendentemente tivemos nossas fotos selecionadas entre as 50 melhores do país", revelou Josy, ainda surpresa com o reconhecimento.

Mobilização popular garante vitória dupla

Após a seleção inicial, as imagens competiram com outras fotografias da região Sudeste em uma votação popular que mobilizou a comunidade. A campanha das duas foi tão intensa que conseguiu quase 4 mil votos, garantindo ambas as primeiras colocações.

"Eu pedi para todo mundo da escola, amigos, vizinhos e até gente do Ceará e de Portugal votou. Foi super legal, estamos super animadas", contou a adolescente Iane, que começou a participar dos mutirões de limpeza quando tinha apenas 8 anos.

Histórias que inspiram através das lentes

A fotografia que conquistou o primeiro lugar carrega uma poderosa mensagem de inclusão. A imagem registra Gui, um jovem com paralisia cerebral muito querido na comunidade, tentando colocar uma garrafa na sacola de coleta durante um dos mutirões.

"É um momento espontâneo, muito verdadeiro. O Gui, com todo esforço, participa do processo. Isso mostra como a inclusão faz parte desse trabalho", emocionou-se Josy ao descrever a cena capturada.

Já a foto de Iane, que ficou com o segundo lugar, foi feita apenas com um celular e traz uma composição simbólica: a mão da mãe segurando uma garrafa plástica. "Quando cheguei na praça, já fui com o intuito de procurar uma garrafa de plástico, porque é um resíduo que todo mundo conhece. Pedi para minha mãe usar a mão dela como modelo, para mostrar a ação individual e o impacto ambiental", explicou a jovem fotógrafa.

Mensagem que atravessa fronteiras

As fotografias vencedoras serão expostas no Centro de Referência do Patrimônio Arquitetônico de Belém, atualmente em processo de restauro, durante toda a COP30 que acontece em novembro.

Para a família, a vitória representa muito mais do que um simples reconhecimento artístico. "Se metade da população tivesse esse olhar, já resolveríamos grande parte do problema. Não teria lixo no chão", refletiu Josy.

Iane complementa: "Cada pessoa, independente de suas condições, tem um papel importante na preservação do meio ambiente". Agora, mãe e filha se preparam para levar essa mensagem que repetem há anos pelas ruas de sua cidade para o palco internacional da conferência climática da ONU.