A Universidade de Brasília (UnB) acaba de prestar uma das maiores homenagens já feitas a uma personalidade do movimento negro brasileiro. Em cerimônia emocionante realizada nesta quarta-feira (5), a instituição concedeu título de Doutora Honoris Causa póstumo a Lélia Gonzalez, intelectual, filósofa e uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado.
Mas a homenagem não para por aí. A universidade também anunciou que o Centro de Convivência Negra da UnB agora levará o nome da ativista, consolidando seu legado como espaço permanente de referência para a comunidade acadêmica.
Reconhecimento histórico e necessário
Lélia Gonzalez, falecida em 1994, foi uma das vozes mais importantes na luta contra o racismo e pela valorização da cultura afro-brasileira. Sua obra e atuação política pavimentaram o caminho para discussões fundamentais sobre racismo estrutural, feminismo negro e descolonização do pensamento.
"Este reconhecimento chega como uma correção histórica necessária", destacou representante da universidade durante a cerimônia. "Lélia foi uma intelectual à frente de seu tempo, cujas contribuições foram essenciais para pensarmos uma sociedade verdadeiramente democrática."
Legado que permanece vivo
A dupla homenagem - tanto o título honorífico quanto a nomeação do centro de convivência - reforça o compromisso da UnB com a diversidade e a reparação histórica. O Centro de Convivência Negra Lélia Gonzalez se consolida como:
- Espaço de acolhimento para estudantes negros
- Local de promoção de debates sobre relações raciais
- Centro de referência para pesquisas e atividades culturais
- Memória viva da trajetória do movimento negro brasileiro
A cerimônia contou com a presença de familiares, amigos, militantes do movimento negro e autoridades acadêmicas, todos unidos em celebração a uma das maiores pensadoras brasileiras do século XX.
Esta homenagem histórica posiciona a UnB na vanguarda das discussões sobre equidade racial no ensino superior e garante que o legado de Lélia Gonzalez continue inspirando novas gerações.