
Imagine só: malas prontas, coração acelerado e aquele friozinho na barriga que só quem já embarcou em uma aventura sabe como é. Foi assim que um grupo de estudantes de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, começou o dia mais esperado do ano. Portugal, aqui vamos nós!
Não é todo dia que se tem a chance de cruzar o oceano para aprender – e, convenhamos, quem não ficaria com os pés tremendo de empolgação? Eles fazem parte de um programa de intercâmbio cultural que promete muito mais do que aulas em salas com vista para o Tejo. É sobre respirar história, sentir na pele o sotaque lusitano e, quem sabe, até voltar com um jeitinho mais "ó pá" no vocabulário.
Mais que uma viagem, um divisor de águas
Os jovens, selecionados a dedo após um processo que avaliou desde notas até aquela centelha nos olhos quando o assunto é cultura, terão três semanas intensas. Entre visitas a museus que contam séculos de história e workshops com especialistas em arte e literatura portuguesa, o cronograma é tão cheio quanto uma avenida paulistana na hora do rush.
"Quando me disseram que estava entre os selecionados, pensei que era pegadinha", confessa Larissa, 17 anos, enquanto ajustava o fone no aeroporto. A mãe, mais nervosa que torcedor em final de campeonato, não parava de repetir: "Leva casaco, lá faz frio mesmo no verão!".
O que esperar dessa jornada?
- Imersão em sítios históricos classificados como Patrimônio Mundial
- Oficinas de gastronomia que vão muito além dos pastéis de Belém
- Conversas com autores portugueses contemporâneos
- E, claro, aquela inevitável saudade da pátria que sempre ensina algo novo sobre nós mesmos
Os organizadores garantem: não será um turismo comum. "Queremos que eles sintam Portugal nos ossos", explica a coordenadora do projeto, que já fez a mesma viagem 20 anos atrás e nunca mais foi a mesma. Quem sabe quais sementes estão sendo plantadas nesses jovens mentes? Talvez um futuro arquiteto restaurador, ou quem sabe um chef que vai reinventar a cozinha luso-brasileira.
Enquanto o avião decolava, um dos garotos sussurrou: "Parece que estou num filme". E de certa forma, está – só que essa história eles vão escrever juntos, página por página, com os pés em terras de Camões e o coração dividido entre dois continentes.