
Parece que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) vai poder fazer as coisas com um pouco mais de tranquilidade financeira no próximo ano. E olha, não é pouco não. Estamos falando de um aumento considerável, algo que faz a diferença entre apenas sobreviver e realmente atuar com força total.
O que está em jogo? Basicamente, a verba discricionária – aquela que o órgão pode gastar de forma mais flexível, com coisas como pessoal, investigações e operações do dia a dia – deve dar um salto e nada disso acontece por acaso. É fruto de um trabalho nos bastidores, de muita conversa com o Ministério da Justiça e com a equipe econômica do governo para mostrar que investir na defesa da concorrência é, no fim das contas, investir no próprio mercado.
Mais do que números, é sobre capacidade de ação
Imagine tentar fiscalizar fusões bilionárias ou combater cartéis complexos com uma equipe enxuta e recursos limitados. Era mais ou menos assim. Com esse reforço, a expectativa é que o CADE consiga tocar um número maior de operações, aprofundar investigações e, quem sabe, até acelerar alguns processos que andam a passo de tartaruga. Eles já tinham um plano de aumentar o efetivo, contratando mais 70 pessoas, e esse dinheiro extra vai ser fundamental para bancar essa expansão.
Não é só sobre ter mais gente, claro. É sobre ter estrutura. Tecnologia para analisar dados, recursos para deslocamentos em operações, expertise técnica… tudo isso custa caro. A presidente do CADE, Ana Paula Martinez, não esconde o otimismo. Ela vê nisso um reconhecimento claro da importância do trabalho que o órgão desenvolve – um sinal verde para fazer ainda mais.
O que isso significa para empresas e consumidores?
Bom, para o mercado, a mensagem é clara: a vigilância vai aumentar. O olho do órgão antitruste brasileiro vai ficar mais atento, com maior capacidade de identificar e punir condutas anticoncorrenciais. Para as empresas que jogam limpo, isso é ótimo. Para aquelas que insistem em práticas questionáveis, é um sinal de alerta.
E para nós, consumidores? Tudo isso, no final da linha, se traduz em um mercado mais justo. Mais concorrência geralmente significa preços melhores, mais inovação e mais opções na prateleira. É um daqueles casos em que um investimento estatal, feito com critério, acaba beneficiando todo mundo.
Claro, sempre tem um porém. Um orçamento maior vem acompanhado de uma expectativa maior por resultados. A pressão por entregas vai aumentar na mesma medida. Agora é torcer para que os recursos sejam aplicados com ainda mais eficiência e que a atuação do CADE continue a ser tão técnica e imparcial quanto tem sido.