O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) realizou um anúncio histórico durante a COP30 em Belém, confirmando a captação de R$ 21 bilhões em financiamentos internacionais dedicados exclusivamente a projetos de economia verde. A operação aconteceu nesta terça-feira, 12 de novembro de 2025, reforçando a posição do Brasil como protagonista nas discussões climáticas globais.
Parcerias internacionais fortalecem transição sustentável
Os recursos foram obtidos através de uma colaboração estratégica com algumas das principais instituições financeiras multilaterais do mundo. O consórcio incluiu o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco Japonês de Cooperação Internacional (JBIC), o Banco de Desenvolvimento Alemão (KfW), o Grupo AFD da França e a Cassa Depositi e Prestiti da Itália.
Segundo Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, esta captação simboliza o protagonismo brasileiro no financiamento verde global. "O BNDES é hoje a instituição que mais financia a transição energética no mundo", afirmou Mercadante durante o anúncio. "Esse novo aporte, em parceria com bancos internacionais, reforça a posição do Brasil como líder na descarbonização e na economia verde, prioridades centrais do governo Lula".
Distribuição estratégica dos recursos
Do total de R$ 21 bilhões anunciados, R$ 11,93 bilhões correspondem a novos aportes diretos, com distribuição específica para diferentes frentes da economia sustentável:
- R$ 2,67 bilhões (equivalente a US$ 500 milhões) destinados ao Fundo Clima para projetos de mitigação e adaptação
- R$ 5,34 bilhões (US$ 1 bilhão) em linhas de crédito para micro, pequenas e médias empresas atuando em cadeias produtivas sustentáveis nos biomas Amazônia, Cerrado, Caatinga e Pantanal
- R$ 4,01 bilhões (US$ 750 milhões) voltados para crédito e geração de empregos em regiões amazônicas
Impacto na COP30 e posicionamento global
Além dos recursos captados pelo BNDES, o BID também firmou novas parcerias e criou um fundo global de perdas e danos, com expectativa de que o Brasil e outros países em desenvolvimento recebam maior acesso a recursos para mitigação de impactos climáticos.
As discussões na COP30 também avançaram sobre a meta global de transição energética justa, que busca estabelecer prazos e mecanismos de financiamento para eliminação gradual de combustíveis fósseis. O Brasil tem se posicionado como uma ponte entre países do Norte e do Sul Global neste tema estratégico.
Com os novos aportes e a série de acordos fechados em Belém, o país consolida sua posição de destaque na conferência climática, atuando tanto como articulador político quanto como exemplo de nação em desenvolvimento capaz de atrair investimentos massivos para uma economia de baixo carbono.
Os projetos financiados abrangerão áreas como energia renovável, biocombustíveis, mobilidade urbana e fortalecimento de micro e pequenas empresas com foco em sustentabilidade, representando um passo significativo na consolidação da Agenda Verde brasileira.