Mercado de Trabalho dos EUA Dá Sinal de Cansaço: O Que Isso Significa Para a Economia Global?
Mercado de trabalho dos EUA mostra cansaço

Parece que a máquina de criar empregos norte-americana está, finalmente, mostrando sinais de desgaste. E não é pouco não — os números de maio simplesmente decepcionaram quem esperava mais um mês de performance robusta.

O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos soltou os dados nesta sexta-feira (7), e a coisa não veio bonita. Foram apenas 175 mil novas vagas criadas no mês passado. Um número que, convenhamos, fica bem aquém da expectativa dos analistas, que projetavam algo em torno de 240 mil.

Mas não para por aí. A taxa de desemprego deu uma leve subida também — foi de 3,9% em abril para 3,95% em maio. Parece pouco? Talvez. Mas é a mais alta desde janeiro de 2022. Coincidência? A gente duvida.

Os Salários Também Desaceleraram — E Muito

Aqui vai um dado que vai fazer o Federal Reserve coçar a cabeça: o crescimento dos salários deu uma bela freada. A alta média horária foi de apenas 0,2% em maio, comparado ao mês anterior. Em abril, tinha sido 0,4%. Ano contra ano, caiu de 4,1% para 3,9%.

Traduzindo: o trabalhador médio americano está sentindo no bolso. E isso, meu amigo, é um sinal claro de que a pressão inflacionária via salários pode estar — finalmente — cedendo.

O Fed Deve Sorrir (Ou Não?) Com Esses Números

O Federal Reserve vem há meses tentando domar a inflação com juros altos. A estratégia? Esfriar a economia justamente pelo mercado de trabalho. E parece que está funcionando — talvez até melhor do que esperavam.

Com a criação de empregos desacelerando e os salários dando uma segurada, a pressão para manter os juros nas alturas diminui. Muitos analistas já começam a especular: será que o corte de juros, tão esperado e adiado, pode finalmente chegar ainda este ano?

O mercado financeiro, claro, já reagiu. Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano caíram na sexta-feira. A Bolsa, por outro lado, comemorou — porque juros mais baixos no futuro significam ambiente mais favorável para os negócios.

Setor por Setor: Onde o Bateu Mais Forte?

Não foi igual para todo mundo. Alguns setores sentiram mais o baque:

  • Saúde: Continou firme, adicionando 68 mil vagas. Parece que a demanda por cuidados médicos é à prova de crise.
  • Lazer e Hospitalidade: Somou 42 mil empregos. A galera quer mesmo é se divertir pós-pandemia.
  • Varejo, Transportes e Governo: Aqui a coisa ficou morna. Crescimento modesto, pra não dizer fraco.
  • Construção Civil: Surpreendeu positivamente com 21 mil novas contratações. O mercado imobiliário resiste, mesmo com juros altos.

E olha só que interessante: a subutilização da força de trabalho (aquela métrica que inclui quem desistiu de procurar ou trabalha menos do que poderia) subiu para 7,4%. É o maior patamar desde novembro de 2021. Coisa pouca? Não parece.

E Agora, José?

O que esperar dos próximos meses? Bom, se eu soubesse com certeza, não estaria aqui escrevendo — estaria curtindo meus milhões em alguma ilha particular. Brincadeiras à parte, a sensação é de que o mercado de trabalho americano está finalmente entrando num ciclo mais normalizado, pós-loucura pandêmica.

Para o Fed, é um alívio. Para os trabalhadores, uma preocupação. Para o mundo? Um sinal de que a maior economia do planeta está desacelerando. E quando os EUA espirram, todo mundo pega um resfriado. Melhor manter os olhos bem abertos.