Justiça do DF proíbe moradoras de alimentar gatos de rua em condomínios e aplica multa
Justiça do DF proíbe alimentar gatos de rua em condomínios

Uma decisão judicial está causando polêmica no Distrito Federal após multar duas moradoras por alimentarem gatos que vivem nas áreas comuns de seus condomínios. A sentença, proferida pela 1ª Vara Cível de Brasília, estabelece uma multa diária de R$ 500 para cada descumprimento da determinação.

O caso que chegou à Justiça

As duas mulheres, residentes em condomínios diferentes na capital federal, foram processadas pelos síndicos das respectivas unidades. Os administradores alegaram que a prática de alimentar os felinos nas áreas comuns estava causando problemas de saúde pública e conflitos entre os moradores.

De acordo com a ação movida pelos síndicos, a presença constante dos gatos e os restos de comida deixados pelas moradoras estariam atraindo outros animais e insetos, além de gerar mau cheiro nas áreas compartilhadas.

Os argumentos da decisão judicial

Em sua sentença, a juíza Karine Lemos Tavares fundamentou a decisão destacando que "o direito de propriedade e a convivência harmoniosa em condomínio prevalecem sobre a prática individual de alimentar animais abandonados".

A magistrada ressaltou ainda que existem canais apropriados para o cuidado com animais abandonados, como órgãos de proteção animal e abrigos especializados, que poderiam ser acionados pelas moradoras.

Reação das defensoras dos animais

Organizações de proteção animal já se manifestaram contra a decisão, argumentando que a proibição pode agravar o sofrimento dos felinos que dependem desses alimentos para sobreviver.

Ativistas destacam que a solução ideal passaria por programas de castração em massa e políticas públicas eficientes para controle populacional de animais de rua, em vez da criminalização de cidadãos que praticam a compaixão.

O que diz a legislação condominial

Especialistas em direito condominial explicam que a convenção de cada condomínio pode estabelecer regras específicas sobre a interação com animais nas áreas comuns. No entanto, quando há conflito, a decisão judicial tende a priorizar o bem-estar coletivo sobre iniciativas individuais.

O caso abre um importante debate sobre os limites entre a solidariedade com animais em situação de rua e a convivência harmoniosa em espaços coletivos, um dilema cada vez mais comum nos grandes centros urbanos brasileiros.