Em um momento histórico que marca uma virada nas relações entre desenvolvimento energético e direitos dos povos originários, a usina hidrelétrica de Itaipu realizou nesta terça-feira (29) um pedido de desculpas formal às comunidades indígenas da região Oeste do Paraná.
Reconhecimento de Impactos Históricos
A diretoria da binacional se reuniu com lideranças das etnias Avá-Guarani, Guarani Mbya e Guarani Ñandeva no auditório César Lattes, no complexo da usina, para reconhecer oficialmente os graves impactos causados pela construção da hidrelétrica há mais de quatro décadas.
"Reconhecemos que a construção de Itaipu trouxe consequências profundas para as comunidades indígenas", declarou o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Enio Verri, em discurso emocionado durante a cerimônia.
Consequências da Obra
Entre os principais impactos reconhecidos pela empresa estão:
- Alterações irreversíveis no território tradicional indígena
- Modificações significativas no meio ambiente local
- Interferência nas práticas culturais e religiosas
- Mudanças nos modos de vida das comunidades
Compromissos para o Futuro
O pedido de desculpas não se limita ao reconhecimento do passado. Itaipu assumiu compromissos concretos para reparar os danos e construir uma nova relação com os povos indígenas.
"Este ato simboliza o início de um novo tempo", afirmou Verri, destacando que a empresa está aberta ao diálogo permanente e à construção conjunta de soluções.
Medidas Práticas Anunciadas
- Implementação de políticas específicas para comunidades indígenas
- Criação de canais permanentes de diálogo
- Desenvolvimento de projetos conjuntos de preservação cultural
- Inclusão de representantes indígenas em decisões que os afetem
Significado Histórico
Este pedido de desculpas representa um marco nas relações entre grandes empreendimentos de infraestrutura e comunidades tradicionais no Brasil. Pela primeira vez na história, uma usina hidrelétrica do porte de Itaipu assume publicamente sua responsabilidade histórica perante os povos indígenas.
O ato sinaliza uma mudança de paradigma no setor energético brasileiro, onde o desenvolvimento econômico deve caminhar lado a lado com o respeito aos direitos humanos e à diversidade cultural.
A cerimônia contou com a presença de lideranças indígenas de todas as comunidades afetadas, que receberam o gesto como um primeiro passo importante, mas destacaram a necessidade de ações concretas que transformem as palavras em realidade.