Câmara Aprova Projeto que Dificulta Aborto Legal em Casos de Estupro: Veja Como Votou Cada Partido
Câmara aprova projeto que dificulta aborto legal

Em uma sessão marcada por debates acalorados e posicionamentos divididos, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira um projeto que representa um retrocesso nos direitos das mulheres vítimas de violência sexual. A proposta, que agora segue para o Senado, estabelece uma série de obstáculos burocráticos para o acesso ao aborto legal nos casos previstos em lei.

O que muda com a nova legislação?

O texto aprovado pelos deputados impõe requisitos adicionais que podem dificultar ou até impedir que vítimas de estupro consigam realizar o procedimento de interrupção da gravidez, mesmo sendo este um direito garantido por lei desde 1940.

Entre as principais mudanças estão:

  • Exigência de boletim de ocorrência policial como documento obrigatório
  • Prazo reduzido para a realização do procedimento
  • Novas formalidades administrativas para hospitais e profissionais
  • Possibilidade de objeção de consciência institucional

Como votaram os partidos?

A divisão ideológica ficou evidente no placar final da votação. Enquanto partidos de direita e centro-direita formaram a base de apoio ao projeto, as bancadas de esquerda e centro-esquerda se posicionaram contra a medida.

Principais partidos favoráveis:

  • PL (Partido Liberal)
  • PP (Progressistas)
  • Republicanos
  • PSD (Partido Social Democrático)

Principais partidos contrários:

  • PT (Partido dos Trabalhadores)
  • PSOL (Partido Socialismo e Liberdade)
  • PCdoB (Partido Comunista do Brasil)
  • REDE (Rede Sustentabilidade)

Impacto nas vítimas de violência sexual

Especialistas em saúde pública e direitos humanos alertam que as novas regras podem ter consequências devastadoras para mulheres e meninas que já se encontram em situação de extrema vulnerabilidade.

"Estamos criando barreiras adicionais para pessoas que já sofreram trauma profundo. A exigência do boletim de ocorrência, por exemplo, pode ser um obstáculo intransponível para muitas vítimas", explica uma pesquisadora em saúde feminina.

Próximos passos

O projeto agora segue para análise do Senado Federal, onde deve enfrentar resistência significativa. Organizações da sociedade civil e entidades médicas já anunciaram que irão pressionar os senadores para rejeitar a proposta.

Enquanto isso, o debate sobre direitos reprodutivos e autonomia das mulheres promete continuar no centro das discussões políticas nacionais.