O mercado imobiliário da região de Campinas vive um momento de aquecimento significativo, com as vendas de imóveis apresentando um crescimento expressivo de 80,44% em setembro na comparação com o mês anterior. Os dados são do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP), que monitorou 134 imobiliárias em 19 cidades da região.
Expansão nas vendas impulsiona confiança
O levantamento abrangeu municípios como Campinas, Americana, Hortolândia, Indaiatuba, Valinhos e Vinhedo, revelando uma retomada da confiança do consumidor na aquisição da casa própria. De acordo com José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP, essa alta expressiva reflete um cenário econômico mais estável e a oferta de crédito facilitado.
"Esses números refletem uma retomada da confiança do consumidor, sustentada pela oferta de crédito e por um ambiente econômico mais previsível", afirmou o executivo.
Perfil das transações imobiliárias
O estudo detalhado apontou características importantes do mercado:
- A Caixa Econômica Federal financiou 63,9% das vendas realizadas
- 60,2% das transações ocorreram em regiões periféricas
- 65% dos imóveis vendidos eram apartamentos e 35% casas
- Predominância de unidades de dois dormitórios com área útil entre 50 m² e 100 m²
- Segmento mais aquecido: imóveis entre R$ 250 mil e R$ 350 mil
- Preço médio ficou acima de R$ 200 mil
Queda nas locações e comportamento do inquilino
Em contraste com o bom desempenho das vendas, o mercado de locações registrou queda de 37,75% em novos contratos no mesmo período. Apesar da retração mensal, o acumulado do ano ainda mostra alta expressiva de 52,19% nas locações.
O perfil das locações mostrou preferência por faixas entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil, com destaque para imóveis de dois dormitórios. Quase metade dos novos contratos (49%) foram fechados em bairros periféricos, e as garantias mais utilizadas foram seguro-fiança e fiador.
O comportamento dos inquilinos também foi analisado: 45,5% dos que encerraram contratos mudaram em busca de aluguéis mais baratos, enquanto 22,7% optaram por imóveis mais caros.
Perspectivas para o mercado
Segundo Neto Viana, "a oscilação é natural e demonstra a sensibilidade do setor às condições econômicas e ao comportamento do consumidor. Mesmo com a queda momentânea nas locações, o mercado segue saudável e em constante adaptação".
O fortalecimento das transações nas regiões periféricas e o aquecimento do segmento popular entre R$ 250 mil e R$ 350 mil indicam uma democratização do acesso à moradia, impulsionada pela estabilidade econômica e condições favoráveis de financiamento.