
Parece que o Continental resolveu dar um salto olímpico no mercado imobiliário de Florianópolis. Enquanto a cidade toda já não é exatamente conhecida por preços acessíveis, esse bairro continental — veja só a ironia geográfica — decidiu que modestia não combina com sua vista para a Lagoa da Conceição.
Dados recentes mostram que os aluguéis por aqui subiram mais do que o pão francês nos últimos meses. E não foi pouco: um assustador 15,7% de aumento em apenas um ano! Quem mora de aluguel na região já sente no bolso — ou melhor, já não sente o dinheiro que evaporou do bolso.
O que está esquentando o mercado?
Especialistas apontam três fatores que transformaram o Continental no queridinho dos proprietários:
- Localização estratégica: perto da UFSC, mas longe do caos do Centro
- Infraestrutura melhorada: aquela pracinha reformada fez mais diferença do que se imaginava
- Fuga dos bairros tradicionais: com preços estratosféricos na Lagoa, o pessoal começou a olhar para os vizinhos
"É um movimento natural", explica o corretor João Silva (nome fictício porque ninguém quer ser associado a esses preços). "Quando um bairro esquenta, os inquilinos fogem para o próximo — até ele também ficar inalcançável."
E os moradores?
Maria, professora que vive no Continental há 8 anos, conta que recebeu o aviso: "Ou paga 20% a mais ou desocupa". Ela desabafa: "Parece que estamos pagando pelo privilégio de ver a lagoa de longe!"
Enquanto isso, os proprietários esfregam as mãos. Alguns apartamentos que custavam R$ 1.500 há dois anos agora são anunciados por R$ 2.300 — quando aparecem, porque a oferta está mais rara que vaga de estacionamento no Trindade.
Será que essa bolha vai estourar? Difícil dizer. Por enquanto, o Continental segue seu caminho de valorização acelerada, deixando para trás até bairros tradicionais. Resta saber quem vai conseguir acompanhar esse ritmo — e quem vai ter que procurar moradia na vizinhança... mais distante.