
Quem disse que inovação só brota em laboratórios de startups com paredes coloridas? Na quebrada, a criatividade pulsa feito batida de funk — e a Expo Favela, em São Paulo, tá aí pra provar. Até dia 21 de julho, o Pavilhão da Bienal vira palco de uma feira de negócios que dá visibilidade a projetos nascidos nas vielas, vielas e becos da cidade.
Do barraco ao business
De repente, você se depara com um stand onde um cara do Capão Redondo vende biocoséticos feitos de casca de jabuticaba. Do lado, uma moça da Brasilândia mostra um app que conecta mães solo a creches comunitárias. "A gente cansa de ouvir que favela é problema", diz ela, enquanto ajusta o tablet com a unha pintada de roxo. "Aqui é solução que não acaba mais."
E olha que os números impressionam:
- 150 empreendimentos de 30 comunidades diferentes
- 70% liderados por mulheres (sim, elas mandam muito!)
- R$ 2,3 milhões em negócios fechados na edição passada
Não é ajuda, é oportunidade
O clima? Longe daquele papo de "ajudar pobrezinhos". Aqui rola contrato, investimento, parceria de igual pra igual. "Já levei três 'nãos' de bancos tradicionais", conta um produtor de café orgânico do Jardim Ângela, servindo xícaras em copos descartáveis de fibra de bananeira. "Mas hoje tenho cliente na Europa pagando em euro."
E tem de tudo: de moda sustentável com retalhos de guarda-chuva até tecnologia blockchain pra regularizar terrenos. Uma loucura boa, daquelas que faz você pensar: "Por que não fizemos isso antes?"