O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a votação do projeto de corte linear de benefícios e incentivos fiscais, uma das prioridades do governo Lula, depende de uma pactuação prévia com o Senado Federal. A declaração foi dada na manhã desta segunda-feira, 15 de dezembro de 2025, ao chegar ao Congresso Nacional.
Diálogo com o Senado é condição para votação
Motta deixou claro que conversará com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, antes de definir a pauta de votações da semana. O objetivo é alinhar os trabalhos entre as duas casas legislativas e verificar o que é viável de ser apreciado até a próxima quarta-feira. O projeto em questão é visto como uma medida crucial para o ajuste fiscal do governo federal.
"Tenho também uma conversa com o Senado, até para pactuar o trabalho e ver o que a gente consegue votar até quarta-feira", explicou o paraibano. A estratégia demonstra a intenção de evitar conflitos ou divergências entre Câmara e Senado, buscando um caminho consensual para a proposta.
Aguardando o texto do relator
Além do diálogo com a outra casa do Legislativo, Motta também aguarda o parecer do relator designado, deputado Aguinaldo Ribeiro. O presidente da Câmara afirmou que é necessário examinar o texto final do relatório antes de qualquer decisão sobre a pauta.
"O projeto de corte de benefícios fiscais está sendo tratado pelo relator, vamos aguardar o texto", disse Motta. Ele complementou que, após a conclusão do relatório, o assunto será discutido com o colégio de líderes dos partidos na Câmara e, só então, será pactuada a data para a votação.
Pressão do governo e impacto na economia
A medida, que propõe um corte linear em uma série de incentivos e benefícios fiscais, é defendida pelo Palácio do Planalto como essencial para a recomposição das contas públicas. A expectativa do governo é que a aprovação gere uma economia significativa nos cofres federais.
No entanto, a proposta enfrenta resistência de setores empresariais que podem ser impactados pela redução dos incentivos. A cautela demonstrada por Hugo Motta reflete a complexidade política e econômica da matéria, que requer negociações cuidadosas tanto dentro da Câmara quanto com o Senado.
A postura adotada pelo presidente da Câmara indica que, apesar da prioridade atribuída pelo governo Lula, o trâmite da proposta seguirá o ritmo das conversas e dos acordos políticos, sem uma data garantida para sua apreciação em plenário nesta semana.