
Parece que o Rio de Janeiro virou mesmo o palco principal dessa disputa silenciosa — mas que todo mundo ouve. A SulAmérica, numa jogada que mistura ousadia e cálculo fino, decidiu apertar o acelerador no estado. E não é pouco não.
Imagine só: uma unidade própria dedicada só ao Rio, com 60 colaboradores focados em fazer a coisa acontecer. Isso não é expansionismo básico, é uma declaração de intenções. E das sérias.
O que me pega, veja bem, não é só o investimento em estrutura. É a estratégia por trás. Eles não tão chegando com aquela conversa mole de 'queremos participar'. Não. Eles tão indo atrás de parcerias diretas com hospitais e laboratórios — criando uma rede própria, paralela, quase um universo particular de saúde. Genial? Arriscado? Os dois, com certeza.
O xadrez do mercado carioca
O Rio não é um mercado qualquer. É complexo, fragmentado e dominado por um player colossal: a Rede D’Or. Competir com um gigante desses exige mais do que capital. Exige malícia, conexões locais e um produto que não seja só mais um.
E aí é que a SulAmérica me surpreende. Em vez de bater de frente no preço ou no tamanho da rede, eles foram pelo caminho da exclusividade. Oferecem algo que nem sempre a grande rede oferece: um relacionamento direto, supostamente mais ágil e personalizado. Será que cola?
Os números preliminares sugerem que sim. A operação no RJ já representa uma fatia relevante dos 2,5 milhões de vidas que a empresa administra no medical. E a ambição é clara: crescer muito mais.
Além da capital: o interior como fronteira
Outro movimento inteligente — e que muita gente subestima — é o foco no interior do estado. Enquanto a concorrência se concentra na capital, a SulAmérica espalha seus tentáculos por cidades menores. Cidades que, pasmem, também têm gente, empresas e demanda por saúde de qualidade.
É uma expansão orgânica, quase cirúrgica. Eles não tão comprando rede existente; tão construindo a deles, tijolo por tijolo. Dá mais trabalho? Sem dúvida. Mas o controle é maior e a dependência, menor.
No fim das contas, essa história toda me faz pensar numa coisa: será que estamos vendo o surgimento de um novo modelo? Algo menos centralizado, mais distribuído? A SulAmérica parece acreditar que sim. E o Rio de Janeiro é o laboratório.
Resta saber se o paciente vai responder bem ao tratamento.