Grupo Casino Coloca à Venda Sua Participação no GPA: Qual o Preço dos Ativos Brasileiros?
Casino coloca à venda sua participação no GPA

E então, o grande movimento que o mercado aguardava com expectativa começou a tomar forma. O Grupo Casino, aquele gigante francês das prateleiras, decidiu finalmente abrir o jogo e colocar à venda sua participação no GPA, uma das maiores redes de varejo do Brasil. O assunto, como era de se esperar, está esquentando os corredores de investimento.

Não é todo dia que uma operação dessa magnitude surge – estamos falando de algo que pode sacudir as estruturas do setor. O que se comenta por aí, em conversas de bastidor, é que os franceses esperam um valor nada modesto: algo em torno de R$ 1,5 bilhão pela sua fatia total. Um número e tanto, não?

Mas Calma: O Que Está Sendo Vendido, Exatamente?

Bom, a coisa não é tão simples quanto parece. A participação do Casino no GPA não é uma coisa só, um bloco monolítico. Na verdade, ela se divide em dois pacotes bem distintos, cada um com seu próprio preço e sua própria complexidade.

O primeiro deles é uma participação direta, aquela mais óbvia. São cerca de 11% do total das ações ordinárias do GPA. Só por aí já dá pra sentir o calibre da transação. Mas tem mais. O segundo pacote é um emaranhado de instrumentos financeiros, uns papéis que dão direito a mais uma fatia de cerca de 16% do capital total. Juntando tudo, é uma influência e tanto sobre os rumos da companhia.

E o Preço? Como Fica Isso?

Aqui é onde a porca torce o rabo. Pelas minhas fontes – e olha, eu acompanho esse mercado há décadas –, o valor que o Casino espera é significativamente maior do que a cotação atual das ações na B3. Eles estão pedindo um ágio, um prêmio pelo controle. A expectativa gira em torno de R$ 25 a R$ 30 por ação, um belo passo acima dos R$ 21 e poucos que o papel valia até recentemente.

Não é uma ousadia sem motivo. A verdade nua e crua é que o mercado de varejo no Brasil está num momento peculiar. De um lado, a concorrência está acirradíssima, com o Carrefour respirando na nuca e outras redes disputando cada centímetro de espaço. De outro, os ventos econômicos parecem estar, finalmente, começando a mudar de direção. A sensação é de que o pior já passou, e o setor pode estar se preparando para uma fase mais positiva. O Casino quer surfar essa onda de otimismo.

Ah, e não se pode ignorar o óbvio: a própria notícia da venda já fez as ações do GPA dispararam. É aquele efeito psicológico clássico – a simples possibilidade de uma mudança de controle acende um farol de esperança nos investidores, que enxergam potencial de reestruturação e novos rumos. O mercado, no fundo, é movido a narrativas.

E Agora, Quem Fica com a Bola?

Essa é a pergunta de um milhão de dólares (ou melhor, de um bilhão e meio de reais). Quem tem esse troco todo no bolso e interesse em entrar nesse jogo? Os nomes mais óbvios são os grandes fundos de investimento, aqueles abutres (no bom sentido!) que farejam oportunidades onde outros veem apenas crise. Também não se pode descartar completamente um movimento de algum concorrente estratégico, embora isso esbarraria em questões regulatórias bem espinhosas.

O desfecho dessa história vai dizer muito sobre como o mercado enxerga o futuro do varejo físico brasileiro. É um voto de confiança? Ou uma aposta calculada num setor que ainda está se reerguendo? Só o tempo – e o leilão silencioso que certamente já está rolando – vai nos dar a resposta definitiva.

Uma coisa é certa: os próximos capítulos prometem. Fiquem de olho.