Fim do maior shutdown dos EUA destrava orçamento e inflação a 3%
Maior shutdown da história dos EUA chega ao fim

Fim do shutdown histórico nos EUA traz alívio aos mercados

Os Estados Unidos se preparam para encerrar o maior shutdown de sua história, com a expectativa de que deputados aprovarão a medida ainda nesta quarta-feira, 12 de novembro de 2025. A decisão deve destravar o Orçamento federal e devolver ao acesso a indicadores econômicos importantes, como o payroll, que mede o desemprego oficial do país.

Economia sob pressão: inflação e tarifas de Trump

Durante o período do shutdown, os dados de inflação mostraram preços acumulados de 3%, valor acima da meta de 2% perseguida pelo Federal Reserve, mas que não chega a ser considerado alarmante. No entanto, uma combinação preocupante fermenta na economia americana: as tarifas impostas por Donald Trump têm pressionado o custo de vida, especialmente das famílias mais pobres, enquanto o mercado de trabalho mostra sinais de enfraquecimento.

Na véspera da decisão, os dados do relatório privado ADP revelaram um fechamento de vagas de trabalho no final de outubro, ampliando a tese da desaceleração econômica. Do lado da inflação, Trump anunciou na terça-feira que pode reduzir as alíquotas sobre o café, em clara reação ao aumento de preços no mercado doméstico e à insatisfação popular.

Mercados reagem com otimismo

Os futuros das bolsas americanas começam a quarta-feira em alta, refletindo o otimismo com o fim do shutdown. Apesar do cenário mostrar disfunções na economia e na política americana, as bolsas retomam a trajetória de alta sob a expectativa de que os dados fomentarão novos cortes de juros pelo Fed.

O presidente americano também planeja transferências de renda para compensar o impacto das tarifas que ele mesmo criou, em movimento para amenizar os efeitos da política comercial sobre a população.

No Brasil, o início da queda da Selic, agora previsto para janeiro, é um dos motivos que leva o Ibovespa para uma sequência de máximas históricas. A entrada de investidores estrangeiros no mercado derruba o dólar para o menor patamar desde junho de 2024.

Nesta quarta, o EWZ, fundo que representa as ações brasileiras em Nova York, avança e indica que há espaço para mais um recorde de fechamento, demonstrando como os acontecimentos políticos nos Estados Unidos continuam tendo reflexos diretos nos mercados financeiros globais.