
Não é de hoje que o Brasil vem dando cartas no tabuleiro do comércio global — e parece que a estratégia está rendendo frutos. Num momento em que as relações internacionais parecem mais um campo minado do que um jardim de negociações, nosso país está usando a OMC como um trampolim, não apenas como plataforma.
"Tem um jogo de xadrez acontecendo, e o Brasil? Tá jogando damas com peça a mais", brinca o economista Rafael Costa, referindo-se à postura brasileira na última rodada de negociações. Segundo ele, enquanto grandes potências se digladiam em disputas bilaterais, o país tem aproveitado para ocupar espaços estratégicos.
O pulo do gato brasileiro
O que muita gente não percebe é que:
- As medidas protetivas do agronegócio viraram moeda de troca
- A defesa de regras claras atrai aliados entre países emergentes
- A postura de "mediador honesto" gera capital político
Não é magia — é cálculo frio. "A gente tá fazendo igual àquele cara que entra na briga dos outros pra vender água mineral", compara Costa, com aquele humor seco que só economista veterano consegue ter.
Por trás das cortinas
Nos corredores da OMC, a delegação brasileira tem trabalhado num esquema que mistura paciência de monge com agilidade de jogador de pôquer. Enquanto isso, lá fora...
— O governo faz a lição de casa (ou pelo menos tenta) com reformas domésticas
— O setor privado se movimenta nos mercados asiáticos
— E os acordos bilaterais? Viram peças secundárias no grande jogo
"É como se o Brasil tivesse descoberto que pode ser o dono do bar, não só um freguês frequente", filosofa o especialista, antes de soltar uma risada. "Claro, ainda falta aprender a calcular o troco direito."