Dólar dispara e Ibovespa despenca: o que está por trás do terremoto financeiro desta quarta?
Dólar dispara e Ibovespa cai com inflação dos EUA

Parece que o mercado financeiro brasileiro acordou de mau humor nesta quarta-feira. E quando digo mau humor, é daqueles de deixar qualquer investidor com os nervos à flor da pele.

Lá fora, os Estados Unidos apresentaram seus números de inflação – e olha, não foram nada animadores. O tal do CPI veio mais quente que pimenta malagueta, superando as expectativas mais pessimistas dos analistas. O que isso significa? Basicamente, aquece ainda mais o debate sobre os juros americanos. E quando a Reserva Federal aperta o cerco, o mundo todo sente o baque.

E sentimos mesmo. O dólar comercial fez aquela escalada que dá frio na barriga: fechou a day trade cotado a R$ 5,636, uma alta expressiva de 1,89%. Quem acompanha o câmbio sabe – quando a moeda norte-americana decide subir, sobe com gosto.

Já o Ibovespa, nosso termômetro principal da bolsa brasileira, decidiu nadar contra a maré – mas para baixo. O índice encerrou o dia aos 118.899 pontos, registrando uma queda considerável de 1,50%. Não foi uma queda livre, mas definitamente deixou um clima pesado no ar.

E os papéis? Como se comportaram?

Ah, aí a coisa ficou interessante. Das 90 ações que compõem o índice, apenas 16 conseguiram escapar do tombo generalizado. Sete ficaram estáveis – parecendo que seguravam a respiração. E as outras 67? Bem, essas entraram em território negativo sem dó nem piedade.

Os setores que mais sofreram foram aqueles tradicionalmente sensíveis aos humores do mercado. Varejo, consumo cíclico, materiais básicos... todos sentiram o peso do cenário externo desfavorável.

E por que tanta volatilidade?

O coração do matter – como diriam os gringos – bate mesmo é no exterior. Os dados do CPI dos EUA assustaram o mercado porque sugerem que a inflação teima em não ceder completamente. E inflação persistente significa que o Fed pode manter os juros altos por mais tempo do que se esperava.

Juro alto nos Estados Unidos é como ímã para dólares do mundo todo. O capital internacional prefere buscar rendimento na segurança dos títulos americanos, deixando mercados emergentes – como o nosso – um pouco órfãos de investimentos.

É aquela velha história: quando os EUA espirram, o Brasil pega pneumonia. Um exagero? Talvez. Mas a verdade é que ainda dependemos muito do humor dos investidores internacionais.

Para completar o cenário, até o futuro do dólar na B3 sinalizava nervosismo, com contratos mostrando apreensão antes mesmo da abertura do mercado. Parece que todo mundo já sentia que o dia não seria fácil.

O que esperar para os próximos dias? Bom, se tem uma coisa que o mercado financeiro nos ensina é que previsão é sempre um jogo arriscado. Mas uma coisa é certa: os olhos continuarão grudados nos movimentos do Fed e nos indicadores econômicos globais.

Para nós, brasileiros, resta acompanhar com atenção – e talvez segurar um pouco a respiração – enquanto essa tempestade global não passa.