
Quem diria que uma cooperativa financeira do coração da Amazônia roubaria a cena num palco global? Pois é exatamente o que aconteceu com o Sicoob Credip durante a Pré-COP 30 em Belém. As iniciativas da instituição, que misturam impacto social e inovação financeira, viraram tema de conversa entre especialistas de mais de 100 países.
Do Norte para o mundo
Enquanto o mundo discutia metas climáticas, o modelo cooperativista rondoniense mostrou que sustentabilidade não é só discurso. "A gente tá fazendo acontecer desde 2015, quando muita gente nem sabia o que era ESG", conta orgulhoso um dos diretores, referindo-se aos projetos de crédito verde que já financiaram mais de 200 empreendimentos sustentáveis na região.
Dá pra acreditar? Uma cooperativa que começou atendendo pequenos produtores rurais agora ensina o caminho das pedras para instituições globais. E olha que eles nem estavam na programação oficial - foram convidados de última hora depois que um participante alemão descobriu seu trabalho através de um case publicado numa revista setorial.
O que chamou atenção
- Programa de microcrédito para energias renováveis (já instalou mais de 500 sistemas solares)
- Metodologia própria de avaliação de impacto ambiental para financiamentos
- Parceria inédita com comunidades ribeirinhas para inclusão financeira
"Isso aqui não é modinha, é DNA cooperativista", dispara a gerente de sustentabilidade, enquanto mostra o troféu de melhor iniciativa de finanças verdes recebido durante o evento. Apesar do linguajar simples, os números impressionam: R$ 12 milhões em operações sustentáveis só no último ano, com inadimplência abaixo da média do setor.
E tem mais - o projeto de educação financeira nas escolas, que já alcançou 5.000 estudantes, vai ganhar versão em três idiomas por demanda dos participantes estrangeiros. "Até norueguês vai ter", brinca a equipe, ainda surpresa com o interesse despertado.
Enquanto isso, na terceira noite do evento, o estande da cooperativa virou ponto de encontro informal para troca de ideias. "Foi melhor que muitas palestras", confessou um consultor francês, entre um café e outro. Prova de que, às vezes, as melhores conversas acontecem nos bastidores.